Da redação – O Parlamento israelense aprovou nesta quarta-feira (26) um projeto de lei para dissolver a assembleia e organizar eleições antecipadas em 9 de abril. A coalizão do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tinha decidido na segunda-feira dissolver o Parlamento, ação acarretada após a renúncia no mês passado do ministro da Defesa e líder do partido ultranacionalista Israel Beiteinu, Avigdor Lieberman e que pretendia levar à eleições agora em novembro passado. Porém, as eleições serão antecipadas mas apenas para 9 de abril, uma aparente manobra para Netanyahu poder organizar sua vitória.
As movimentações em Israel, serviçal do imperialismo norte-americano no Oriente Médio, apresentam um turbilhão de crise política sem fim. A segurança nacional do país diz estar levando à cabo já durante meses, uma operação contra túneis do Hezbollah, o grupo xiita libanês, e assim, o primeiro ministro utilizou dessa guerra imperialista na região para afirmar que ir às eleições agora seriam “irresponsáveis”.
A imprensa internacional alega que as desculpas de Netanyahu para suas atuais ações são absurdas, ainda mais agora com a dissolução do parlamento pela direita. E não apenas porque esta operação militar contra supostos túneis do Hezbollah não terminou, mas também porque a situação de segurança do país não melhorou no governo ditatorial da direita. A guerra na região vem aumentando cada vez mais, multiplicando os genocídios dos povos que lutam por liberdade e contra o intervencionismo do capacho imperialista.
O Ha’aretz, jornal de centro-esquerda, alertou que: “talvez por coincidência, a decisão [de Netanyahu] repentinamente querer a eleição que anteriormente alertou que seria péssima ocorreu dias depois de se ter sabido que altos responsáveis do Ministério da Justiça recomendaram que o procurador-geral acusasse Netanyahu em pelo menos dois casos de corrupção”.
De forma muito estranha, após o anúncio das eleições, o Ministério da Justiça garantiu que o trabalho sobre as recomendações legais, se referindo sobre as investigações dos três casos de corrupção contra Netanyahu, vai continuar apesar do anúncio. Indo para o quarto mandato, o primeiro-ministro que viu o ex-presidente ser preso, fecha o parlamento que poderia investiga-lo, tendo tempo para organizar para mais uma vitória e, é claro, pressionando o procurador-geral em iniciar uma acusação formal.
O cenário de crise do governo de Israel aumentou ainda mais quando, na semana passada, os EUA declararam a retirada das tropas da Síria, uma derrota vergonhosa do imperialismo e que tende a aumentar a tensão contra o país genocida no Oriente Médio.