A Conmebol está “democratizando” a ditadura que vem impondo aos clubes de futebol do continente. Depois de prejudicar abertamente dois clubes brasileiros (Santos e Cruzeiro) nas fases decisivas da Taça Libertadores, a entidade máxima do futebol sul-americano investe agora contra os dois clubes argentinos que disputam a vaga para a grande final da mais importante competição de clubes do continente americano.
A entidade anunciou que nem Marcelo Gallardo, quanto Guillermo Barros Schelotto, poderão ficar no banco de reservas nas semifinais, nas partidas que os dois times do país vizinho realizarão contra Grêmio e Palmeiras. A decisão foi anunciada na noite de segunda-feira e causou revolta e protestos não só dos dirigentes dos clubes portenhos, como mereceu destaque na imprensa esportiva argentina.
A punição da entidade se deu em função do atraso dos times comandados pelos dois técnicos no retorno para o segundo tempo em partidas da competição. A punição imposta pela Conmebol impede também os técnicos de conversarem com seus jogadores e auxiliares. Também foram impostas multas aos treinadores. Um completo e total absurdo.
A principal publicação esportiva do país, o jornal “Olé”, não poupou críticas à entidade. “Nos fizeram de bobos”, diz um artigo do diário argentino especializado em esportes (site ESPN, 30/10). A publicação também reclama de um “certo favorecimento” da entidade aos clubes brasileiros, se referindo especificamente à anulação do cartão vermelho aplicado ao zagueiro cruzeirense Dedé na primeira partida contra o Boca Juniors, quando o defensor brasileiro foi indevidamente expulso.
Sem desconhecer a rivalidade existente entre brasileiros e argentinos, em se tratando de esportes, o que fica claro é que a entidade que controla o futebol no continente sul-americano vem agindo cada vez mais com o tacão ditatorial contra os clubes dos países que compõem a entidade. Os dirigentes da Conmebol assumiram o papel de “anões ditadores”, onde a postura da entidade é francamente contrária aos verdadeiros interesses do esporte mais popular do continente.