O aniquilamento de lideranças é a política que o imperialismo implementa no continente sul americano. Foi esta a denúncia da liderança do partido político nascido após o acordo de paz denunciou “um extermínio” de ex-guerrilheiros.
A extrema direita colombiana matou outro ex-combatente das FARC e já somam 14 até agora este ano. Nesta sexta-feira passada o partido Força Revolucionária Comum Alternativa (FARC) denunciou o assassinato do ex-combatente Holman Fabio Montes Sánchez, 38, com uma arma de fogo no departamento de Caquetá (sul).
Em apenas dois meses deste ano, após o assassinato de Montes, Rodrigo Londoño, denunciou que é o décimo quarto (14) ex-combatente morto até agora.
A assinatura dos acordos de paz com o governo e as Farc parece que tem apenas objetivo de desarmar e mapear militantes em Colômbia. As lideranças de esquerda assim se referem ao acordo: “Não há cego pior do que aquele que não quer ver. Homicídios subiram ao número 187 dos signatários do acordo”, acrescentou Londoño, que exigiu garantias ao governo do presidente Iván Duque, antes do que ele descreveu como “extermínio”.
A esquiva do governo é por demais desmoralizada e incapaz de enganar alguém. O conselheiro presidencial de Estabilização, Emilio Archila, tentou se eximir da responsabilidade alegando que ex-combatentes foram mortos por grupos armados ilegais, e não pelo governo colombiano. Disse: “Vincular o governo à morte de ex-combatentes é absurdo e irresponsável”.
Lágrimas dor e revolta ganharam as ruas da Colômbia. Sob o lema “por nossos mortos, nem um minuto de silêncio”, manifestantes protestaram em Bogotá, na noite de terça-feira, contra o assassinato de 187 ex-guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) desde que o acordo de paz na Colômbia foi assinado, em 2016, durante o governo de Juan Manuel Santos.
O massacre ocorre na mesma semana em que foi publicado um relatório “duro” das Nações Unidas sobre a situação dos direitos humanos no país, com várias recomendações ao governo de Duque.
A ex-combatente Adela Pérez, que passou 31 de seus 44 anos naquela que era a guerrilha mais poderosa das Américas expressa sua dor e revolta diante do genocídio do imperialismo na Colômbia. Assim, mesmo a ONU denuncia aumento de assassinatos de defensores de direitos humanos na Colômbia Debaixo de chuva, alguns manifestantes realizaram um “panelaço”, enquanto outros carregavam bandeiras da Força Alternativa Revolucionária do Comum, partido político formado pelos ex-combatentes e que manteve a sigla da antiga guerrilha.
Bogotá deixa aqui mais uma de suas lições: com o imperialismo assassino não se combate com eleições. É preciso derrubar e varrer o fascismo da América Latina.