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Fraude à vista

Ditadura boliviana proíbe cidadãos que vivem no exterior de votar

A direita boliviana trama derrubar o direito ao voto dos bolivianos com residência no Brasil, onde a maioria vota no MAS, usando a desculpa da pandemia

Com as sucessivas manobras para adiar as eleições bolivianas marcadas para setembro, a população boliviana tem protestado nas ruas contra o governo interino de Jeanine Áñez, pedindo a sua renúncia e a definição das eleições o quanto antes.

As manifestações têm ganhado contornos ainda mais dramáticos, já que o governo tenta reprimi-la com violência atirando sobre ela a polícia militar e também o Exército, organismos esses que ajudaram a dar o golpe em Evo Moralles, impedindo-o de assumir a presidência.

Usando destes subterfúgios contra a população numa tentativa de estender o seu governo e implantar uma ditadura garantida pelas forças militares, fora do país também não tem sido diferente, pois, em uma manifestação em frente ao Consulado em São Paulo, os bolivianos estão denunciando uma armação para que aqui não haja a captação do voto para as eleições da Bolívia. E isso porque já se sabe que a grande maioria é eleitora do MAS partido de Evo Moralles , e que se desponta nas pesquisas de voto com o seu candidato, superando Añez. A porcentagem de votos de Moralles no Brasil teria alcançado a margem de 70% nas eleições em que fora golpeado.

Estratégia semelhante aconteceu no Brasil, onde eleitores tiveram os títulos cancelados nas eleições de 2018, fraude perpetrada pela direita golpista, por não terem feito o cadastramento biométrico. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 3,4 milhões de pessoas estavam nessa situação por não terem comparecido à revisão eleitoral, entre 2016 e 2018, e o problema foi explorado pelos golpistas para que beneficiasse Bolsonaro nos resultados dos pleitos das eleições, como de fato influenciou.

O maior número de eleitores com títulos cancelados estava naquele momento no Nordeste, região em que o (PT) liderava as pesquisas sobre a disputa presidencial, da mesma maneira que acontece com o MAS de Moralles em São Paulo. Segundo o TSE, os nordestinos representavam 45% do total de 3.368.447 eleitores que não fizeram o cadastramento da biometria. O Sudeste aparecia em segundo lugar, com 20% deles. O Sul tinha 16% do total; o Centro-Oeste, 10%; e o Norte, 9%.

Cabe lembrar que 3,4 milhões é “um número expressivo de eleitores”, muito parecido com o que deu a vitória à ex-presidente Dilma Rousseff em 2014. Ela venceu Aécio Neves (PSDB) por uma diferença de 3.459.963 votos.

No caso do Brasil, estima-se que vivam cerca de 250 mil bolivianos, dos quais 80 mil são imigrantes regularizados. Para se ter uma ideia do significado da participação brasileira, vale ressaltar que no país andino, o departamento (Estado) de Pando soma 72.580 eleitores habilitados.

Nas eleições do ano passado, organizada em 197 mesas eleitorais, estavam habilitadas 45.793 pessoas, das quais 44.232 (96%) se encontravam em São Paulo, de acordo com as organizações bolivianas. As demais estavam dispersas nos estados do Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rondônia.

Oscar Nacho, que mora na capital paulista há mais de 10 anos e votou nas eleições passadas, disse que “Toda a comunidade boliviana que vive no exterior representa 7% de todos os votos. É uma quantidade muito significativa, realmente nós estamos muito preocupados por causa disso. Estamos sendo excluídos do nosso direito de voto, de eleger nosso presidente”.

Jobana Moya Aramayo, membra fundadora da Equipe de Base Warmis-Convergência das Culturas, coletivo que faz parte do Comitê Brasileiro de Solidariedade ao Povo Boliviano e Contra o Golpe, e que integra a articulação para a garantia do direito ao voto, explica que o alerta de risco à democracia boliviana surgiu após o vazamento de um documento da Embaixada que teria informado que “não havia condições” para o pleito no país devido a pandemia, principalmente, em São Paulo.

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