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Golpista iniciam a caça a Evo.

Ditadura boliviana persegue 600 ex-membros do governo Morales

A caça aos direitos políticos de Evo e seus aliados tem início com a farsa representada pela campanha contra a corrupção, na qual se empeenham os golpistas que tomaram o poder .

A investigação de 592 pessoas ligadas à gestão do ex-presidente Evo Morales, por corrupção e desvio de dinheiro, é a nova manobra implementada pelos golpistas da Bolívia para impedir que Evo ganhe mais essa também.

Mathías Kutschel, diretor-geral de Luta Contra a Corrupção na Bolívia, é o nome de quem foi incumbido de achacar a reputação do MAS, e seus integrantes, partido ao qual está ligado Evo Morales e, que, sem prova alguma, já está sendo acusado pelo famoso processo penal midiático além do próprio Morales, também o ex-vice-presidente Álvaro García Linera, os ex-ministros, ex-vice-ministros e ex-chefes de gabinete, que exerceram poder nos últimos 14 anos, e, é claro, alguns parentes do ex-chefe do governo boliviano.
A bandeira da corrupção está sendo agitada por Kutschel com a desculpa de buscar recuperar fundos desviados dos cofres públicos, que, segundo informou, os acusados desviaram mais de 2 bilhões de bolivianos (o equivalente a cerca de R$ 1,2 bilhões) e cometeram delitos de corrupção e desvio de recursos públicos para outros países, onde, supostamente, estão refugiados.

Em seu twitter, Evo Morales escreveu hoje: “O ministro da Justiça de fato viola a Constituição presumindo a culpa de 592 ex-funcionários do MAS [Movimento ao Socialismo, partido de Evo] e suas famílias. Ele se coloca acima dos juízes que ditam condenação, sem julgamento prévio. O regime de Jeanine Áñez (presidente interina), Mesa e Camacho [opositores], é violento, semeador de evidências falsas e difamatório”.

Evo Morales está asilado na Argentina desde 12 de dezembro do ano passado.

É sempre bom lembrar, tratar-se de uma contradição em termos afirmar a existência de uma luta ou um combate contra a corrupção dentro do regime burguês, mergulhado no sistema capitalista. E isso porque, a corrupção é parte do próprio funcionamento do sistema, não havendo instituição pertencente ao Estado capitalista que possa se desincumbir de tal tarefa justamente porque ela faz parte desse funcionamento. De maneiro que, aquele que investiga é, na verdade, tão ou mais corrupto do que qualquer outro investigado.
Assim, capitalismo e corrupção sempre andaram juntos . Mas existe um agravamento dos escândalos nos últimos vinte anos , porque o neoliberalismo elevou a prática da corrupção a níveis gigantescos. A desregulamentação e a privatização dos serviços criaram um cenário perfeito para as empresas que corrompem funcionários do Estado e políticos para abocanhar os milionários contratos públicos e desbancar seus rivais.

Em países imperialistas, por exemplo, constantemente explodem escândalos de corrupção envolvendo milionários empresários, governantes e altos funcionários do Estado.

Um bom exemplo disso pode ser tirado do seio do imperialismo estadunidense, quando, no final de 2001, no governo Bush, explodiu um dos maiores escândalos de corrupção. Nessa época, investigações revelaram corrupção por parte de grandes figuras do governo que facilitaram as fraudes contábeis bilionárias da empresa Enron, além de operações não registradas em sua contabilidade, que seus diretores haviam usado para ocultar suas dívidas e aumentar o lucro da empresa e seus próprios honorários. A empresa chegou a ser a sétima maior companhia dos Estados Unidos, e quebrou em dezembro de 2001. Foi a maior falência da história dos EUA, que causou o desaparecimento do valor das ações da companhia, calculado em US$ 68 bilhões de dólares, deixando seus milhares de empregados sem trabalho e sem aposentadoria.

Kenneth Lay, fundador e ex-presidente da Enron, esteve ao lado de Bush desde o início de sua carreira política e o ajudou a se eleger governador do Texas.

Como se isso não bastasse, centenas de executivos e empresários que estavam respondendo a processos criminais por corrupção financiaram a campanha pela reeleição de Bush. Segundo a revista norte-americana Time, 261 corruptos deram dinheiro à campanha de Bush ( entre eles , o presidente da Enron ) e 31 deles financiaram seu adversário, John Kerry, do Partido Democrata.

No Brasil, só para citarmos exemplos mais próximo, temos, segundo a tese Pedro Campos, do livro Estranhas catedrais: as empreiteiras brasileiras e a ditadura civil-militar, 1964-1988, no qual, analisando a corrupção no Brasil, ele nos dá informações que nos garantem afirmar que a direita quando diz que a corrupção aumentou, principalmente no governo do PT, não é nada senão uma grande mentira pois, segundo ele “ O que a gente tem hoje é uma série de mecanismos de fiscalização que expõem mais, bem maior do que havia antes. Na ditadura, não havia muitos mecanismos fiscalizadores, e o que havia era limitado“.

Também conforme afirmou Campos, sobre os recentes escândalos de corrupção em que as empreiteiras foram protagonistas, por exemplo, diz ele que elas começaram a se nacionalizar e ganhar força política e econômica durante a ditadura militar, que eram regionais, chegaram em Brasília a partir de Juscelino, quando então começaram a organizar-se politicamente, tendo ajudado no planejamento da tomada do poder pelos militares e a pautar as políticas públicas do Brasil.

Outro exemplo nosso digno de nota, porque demonstra os descaminhos da direita no Brasil, logo ela a grande guardiã da moral e da honestidade, no governo FHC, nos fez presenciar o processo que ficou conhecido como a “privataria tucana”, um grande esquema para beneficiar grandes empresas. A “quadrilha” movimentou cerca de US$ 2,5 bilhões. Há propinas comprovadas de 20 milhões de dólares, tudo fartamente demonstrado no livro de Amaury Ribeiro Júnior.

Por tudo isso, não nos iludamos com essa mais do que desgastada manobra do imperialismo iniciada toda vez que levanta o estandarte da corrupção, cujo objetivo é, não só macular a imagem da esquerda com essa farsa, mas também iniciar um mecanismo de acumulação de riqueza com roubo, apropriação e transferência de recursos públicos.

A luta contra a corrupção da burguesia Boliviana não diferente, é uma farsa. Os impulsionadores dessa “luta” são, certamente, os mais corruptos da Bolívia, e está usando essa a luta como fachada para derrubar Evo e seus aliados, seus inimigos políticos.

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