Preso há pouco mais de cinco meses através de manobras ameaçadoras por parte dos EUA, Julian Assange teria, teoricamente, direito a continuar sua sentença em liberdade condicional, podendo sair da prisão, contudo, a juíza responsável, Vanessa Baraitser, em audiência no tribunal de Westminster em Londres, negou o pedido. Baraitser alega que Assange poderia utilizar de seu período de liberdade para fugir, como aconteceu quando precisou pedir asilo político na Embaixada do Equador, lugar onde ficou por alguns anos em prol de sua segurança.
Através da audiência por videoconferência, o ativista australiano, responsável por divulgar documentos comprometedores dos diversos crimes do exército dos EUA em guerras como Iraque e Afeganistão, recebeu a notícia de que assim que sua pena de 12 meses terminar, ele passará a ser um prisioneiro prestes a enfrentar a extradição aos EUA.
Mesmo não sendo seu país de origem, o coração do imperialismo e da democracia cenográfica vem articulando para que Assange responda por 18 “crimes”, os quais pouco se tem informação. Caso o jornalista australiano seja mesmo extraditado para os EUA, pegará prisão perpétua e, muito provavelmente, sofrerá as torturas que o país norte-americano tem a oferecer a quem ousa denunciar seus crimes de guerra.
Fica claro a vontade dos EUA em passar esse recado, quem afronta o imperialismo terá o mesmo destino cruel. Assange não cometeu crime algum, mas os EUA não deixariam passar batido esse abalo em sua soberania. Julian Assange, na verdade, corre perigo com essa possível extradição, apoiada pelo governo equatoriano e pelo golpista Lenin Moreno, que retirou o asilo político do jornalista.
A ditadura imperialista é implacável e os EUA estão dispostos a fazer de tudo para garantir seus interesses. Negar a liberdade condicional que Assange tem direito é uma das maiores provas dessa ditadura. Se Assange, que é um preso político importantíssimo e que está nas lentes da imprensa, é tratado assim, imagine o que os EUA não fazem com seus outros presos de menor porte para manter a soberania de um país genocida.