Um dos aspectos fundamentais da luta do negro na atualidade é a luta contra a repressão do Estado golpista, que, armado, promove uma verdadeira matança de negros e pobres em números que só aumentam com o passar dos anos.
Paira sobre toda esquerda uma completa confusão sobre o que fazer diante do problema. A maioria das propostas visam chegar a um acordo com a PM, para que ela não mate mais, ou para que comece a ser mais “humana”, o que nunca foi visto nessas décadas de funcionamento da corporação.
Essa tentativa de acordo visa manter a PM funcionando tal como ela é, ou seja, como braço armado do Estado golpista para reprimir o povo pobre e trabalhador. São medidas que não visam atacar o problema de conjunto, por inteiro.
A existência de uma organização que mata com a chancela do Estado é um absurdo total para qualquer regime que se diz democrático. Se o controle do povo só pode ser feito na bala, na execução, então não existe mais democracia e o que se tem é uma ditadura.
É por isso que o problema não se resolve dentro dos meios estabelecidos, pelas próprias organizações do regime golpista. Para mudar minimamente esse cenário é preciso de grande mobilização em torno da palavra de ordem de Dissolução da Polícia.
Aqui é preciso colocar dentro do pacote as demais organizações de repressão do Estado, como a Polícia Civil e a própria Polícia Federal, que encabeçou os processos golpistas que levaram à derrubada de Dilma, à prisão de Lula e à eleição do golpista Jair Bolsonaro.
Dissolver a polícia significa a debandada geral da corporação, o fim do que hoje se conhece como Polícia Militar. Essa organização só cumpre o papel de reprimir o povo, de executar o negro, o pobre, enfim, aqueles que são adversários da burguesia. Reivindicação que deve ser resultado de uma ampla mobilização em torno do problema.
Trata-se de uma medida democrática, que busca tão somente reduzir os danos causados pelo Estado contra o povo negro e trabalhador. Certamente, sem a PM, os números de mortos cairiam bastante em todo território nacional.