Da redação – A professora Gilmara Craveiro de Vasconcelos foi denunciada por injúria racial após uma discussão política em um restaurante em Sobral, na região Norte do Ceará, na madrugada de domingo (21). As informações da Rede Jangadeiro FM e da Tribuna BandNews FM mostram que a professora disse em certa parte da discussão, que o representante comercial, Policarpo Rodrigues, como “pobre e preto” não saberia votar ao defender o fascista.
O embate político começou após Policarpo se posicionar como eleitor do presidenciável Jair Bolsonaro, do PSL, e a professora defendendo seu candidato do PT, Fernando Haddad. O homem chamou a polícia que passava na rua, levando a professora para a delegacia e fazendo pagar R$ 1 mil reais de multa para ser liberada.
O que é mais importante ressaltar aqui, é uma breve reflexão sobre alguns pontos deste caso: primeiro, que o direito de expressão deve ser assegurado a todos, não sendo a justiça burguesa, golpista, a forma correta de se combater a extrema-direita, que, neste caso, se utilizou de um argumento racial da professora, sobre um ponto político, contra ela; segundo que, o candidato de Policarpo, esse sim é um grande racista, contra negros, homossexuais, colocando que mulheres são inferiores, mas mesmo assim há inúmeras pessoas negras que defendem o boçal; terceiro, que, pelo que se pode ver no vídeo, Gilmara não trata o defensor da extrema-direita de forma pejorativa, mas sim, aponta, indignada, que ele é “preto e pobre”, e, sendo assim, seria um absurdo votar em alguém, que, quando eleito, vai levar uma política de ataque frontal à população negra e pobre.
O fato se configura dentro das críticas que este diário vem trazendo sobre a esquerda-pequeno burguesa se utilizar da justiça burguesa para punir opiniões, combater “fakenews” e etc. A forma de combater a extrema-direta não é nas urnas, nem do debate e muito menos nos tribunais da burguesia golpista, é na força das organizações operárias.