Nesta quarta (23) o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em seu discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), denunciou o imperialismo, classificando-o como uma “ditadura global”. Ele também repudiou as tentativas de invasão da Venezuela e o embargo econômico, ambos impostos pelos norte-americanos.
O presidente disse que a Venezuela é vítima de “um ataque do império dos EUA, no campo da imprensa, da política e da economia”. Denunciou o embargo econômico contra o país, que faz parte de uma ditadura global dirigida pelos EUA:
“Ninguém decide por nós, os venezuelanos e as venezuelanas. Não intervimos nem pretendemos intervir em nenhum caso, jamais, perante qualquer outra nação. Somos respeitosos e por isso exigimos respeito.”
Também denunciou que o país vem sendo ameaçado por invasão direta de tropas organizadas pelos EUA, o que ficou novamente evidenciado pela visita do secretário de estados dos EUA, Mike Pompeo, diás atrás, ao Brasil.
A denúncia de Maduro é absolutamente legítima, uma vez que seu país vem sendo alvo sistemático do imperialismo, sobretudo o norte-americano. Mas não é apenas isso. Ao denunciar o imperialismo, o presidente bolivariano está chamando todo o povo do mundo a se levantar diante das arbitrariedades dos países imperialistas, o que, obviamente é reforçado pelo fato da ONU ser controlada pelos países imperialistas.
Ele também citou as medidas que o governo adotou diante da pandemia para permitir que os trabalhadores enfrentassem a doença com um mínimo de preparo, como o auxílio emergencial até o final da pandemia, coisa que nem os países imperialistas, nem os países atrasados controlados pela extrema direita fizeram. Diferente de países como Cuba, Rússia e China, que o presidente elogiou:
“Saudamos os esforços científicos de nações irmãs como Rússia, China e Cuba na criação de uma vacina segura contra COVID-19 e confiamos que tais descobertas serão consideradas um bem público global com livre acesso aos povos do mundo sem discriminação.”
Entre outros pontos do discurso, o presidente da Venezuela propôs a criação de um fundo rotativo de compras públicas no sistema da ONU, para garantir o acesso a alimentos e produtos de saúde financiados com recursos públicos, segundo ele, “o que permitirá enfrentar a discriminação e o bloqueio econômico contra os países, facilitando o os governos adquirem bens e serviços necessários.”
Foi assim que o presidente da Venezuela fez um chamado ao fortalecimento das políticas e dos fundos de financiamento voltados para o desenvolvimento das cadeias produtivas locais. Também, a criação de um banco de tecnologias livres e processos universais de educação e formação.
Maduro ainda citou dados de que a Venezuela é o país da América que mais deu condições dos trabalhadores sobreviverem à pandemia. Por outro lado, enquanto Bolsonaro e Trump causaram repulsa ao mundo, o “ditador” Maduro realmente defendeu pautas minimamente democráticas, como a autodeterminação dos povos, a começar pelo povo venezuelano.