O movimento denominado “Direitos Já” agendou para hoje, dia 26, a realização de um comício virtual, no qual deveriam participar, como convidados, elementos do mais fino talhe burguês, reacionário e golpista, representantes “ilustres” da carcomida, velha, corrupta e apodrecida política nacional. Ninguém menos do que os senhores José Sarney e Michel Temer estariam dividindo a tela virtual do evento com outros golpistas como FHC, Ciro Gomes e outros de menor cor e brilho, como o apresentador global bolsonarista, Luciano Huck. Também o agora ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Dias Toffoli, estaria presente como convidado.
Depois de confirmarem participação no palanque virtual, os ex-presidentes biônicos, não eleitos, José Sarney e o traidor e golpista Michel Temer, assim como o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli, declararam que não mais participarão do evento virtual proposto pelos artífices da Frente Ampla. Todavia, a desistência dos “ilustres” convidados aparece como um fato de menor importância, pois o que importa mesmo é o convite feito a esses elementos, o que revela o verdadeiro caráter político e ideológico da “Frente Ampla”, cada vez mais inclinada à direita, com pitadas do mais puro reacionarismo neoliberal-golpista.
As diversas iniciativas que surgiram no último período (Manifestos “Juntos”, “Somos 70%”, “Direitos Já”) representam a reação de um setor da burguesia e da direita tradicional à polarização política que se desenvolve na conjuntura, particularmente com o crescimento dos atos e protestos de rua, expressos por setores proletarizados da população e das massas populares contra a extrema-direita e o governo de Bolsonaro. O papel da Frente Ampla é cada vez mais claro no sentido de baixar a temperatura política, evitando o choque e o confronto direito das massas operárias e populares com o conjunto do regime burguês-golpista. No interior da Frente Ampla, essa contribuição à política de convivência pacífica e democrática (como se isso fosse possível) com o bolsonarismo e a extrema-direita vem sendo levada pela ala “esquerda” da Frente, mais especificamente pelo senhor Guilherme Boulos (Psol), notório desorganizador de atos de protesto contra o que ainda resta de apoiadores do presidente fascista, fraudulento, Jair Bolsonaro.
O movimento “Direitos Já” é, na verdade, mais uma ação da política de setores da direita, travestidos de “democratas”, impulsionadores da Frente Ampla, composta por elementos dos velhos partidos desmoralizados e impopulares (PSDB, DEM, MDB) que ainda servem de abrigo para os representantes da velha e carcomida política nacional, com o apoio de setores da esquerda pequeno-burguesa, parlamentar e centrista (PCdoB, Psol, PDT, PSB, REDE), cujo único propósito é atuar como elemento de pressão para evitar os “excessos” do bolsonarismo, controlando os ímpetos golpistas e autoritários do presidente de extrema-direita.
Em oposição a essa política de prostração e capitulação à direita reacionária e bolsonarista, está colocada a necessidade de denunciar implacavelmente o caráter antipopular e golpista da Frente Ampla e dos movimentos pretensamente oposicionistas ao bolsonarismo e à extrema-direita. A única posição verdadeiramente consequente e progressista, que neste momento se coloca em franca e aberta oposição e luta contra o governo direitista da burguesia e do grande capital nacional e imperialista são os movimentos que ocupam as ruas de todo o país, composto pelos setores populares e operários das massas empobrecidas, que se mobilizam em defesa das suas condições de vida, atacadas pela direita e pelos neoliberais golpistas.