Segundo um levantamento feito PELA Agência Nacional do Cinema (Ancine), neste momento totalmente aparelhada pela extrema-direita, pelo menos 80% dos ingressos que foram vendidos em 2019 comprados por meio da meia-entrada. Em razão da queda de arrecadação de bilhetes com valor inteiro, a agência propôs uma consulta pública sobre a obrigatoriedade legal da meia-entrada e seu impacto no mercado.
O estudo tem como base as informações do Sistema de Controle de Bilheteria (SBC). Com isso, a Ancine conclui que a venda de ingressos na categoria inteira, que totalizavam cerca de 30% em 2017, caiu para 21,6% em 2019.
A legislação atual prevê que estabelecimentos culturais são obrigados a oferecer a meia-entrada para estudantes, jovens de baixa renda, idosos e pessoas com deficiência. Além disso, clientes de bancos ou com cartões de crédito específicos também têm acesso ao benefício. De acordo com a Ancine, 96,6 milhões de brasileiros pagam com meia-entrada. Além da cultura, a meia-entrada garante o acesso dos estudantes à cidade e ao esporte.
Pois se aproveitando disso, o Ministério da Economia comandado pelo Chicago Boy neoliberal Paulo Guedes se adiantou ao resultado da votação e já planeja acabar com a meia-entrada nos cinemas. Segundo a pasta, a meia-entrada apenas distorce os preços e faz aumentar os custos para o consumidor. “Os grupos que dela fazem uso (da meia entrada) são iludidos, pois praticamente não usufruem de benefício algum”, diz trecho do relatório fascista publicado pelo ministério.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) se manifestou no Twitter, mostrando-se contrária à decisão. “Nossa conquista não pode, de forma alguma, ser ameaçada. O governo precisa criar mecanismos que verifiquem a validade das carteiras para evitar possíveis fraudes. A proposta do Ministério da Economia é um retrocesso total, o assunto pede cautela e diálogo.”, diz o texto publicado.
O presidente da UNE, Iago Montalvão, declarou a posição da união: “Para nós a meia-entrada é fundamental. É uma forma de incentivo ao acesso à cultura, que é fundamental para a formação do estudante.”, acrescentou.
Montalvão ainda se expressou contra a medida defendida pelo Ministério da Economia, e defendeu a intensificação da fiscalização, pois, segundo ele, o benefício foi banalizado e é muito fácil de ser fraudado, prejudicando diretamente os estudantes. “Queremos cobrar mais fiscalização e mais políticas que garantam que só quem tem o verdadeiro direito tenha acesso”, diz.
É preciso destacar que a meia-entrada é um direito dos estudantes portanto a UNE está correta em ser contra os ataques, mas está pecando em acreditar na demagogia que atacam cobrando ”mais fiscalização”. Nada disso, pois trata-se fundamentalmente de uma da campanha bolsonarista por menos empregos.
Ataques como esse irão continuar pois esta é a política do governo golpista, fazer terra arrasada e atacar os estudantes. UNE precisa convocar uma ampla mobilização nacional dos estudantes contra o governo Bolsonaro. É preciso derrubar o governo de conjunto de uma vez por todas. Fora Bolsonaro!