A suspensão temporária das atividades presenciais, por ordem governamental ou não, é uma tentativa de reduzir o risco de contágio e disseminação do coronavírus entre os alunos e o restante da população.
O cancelamento das aulas presenciais começou no início de março em escolas públicas e privadas da rede estadual e municipal de diversos estados.
Se aproveitando da crise da pandemia, a direita está usando a situação para habituar estudantes ao Ensino a distância, o famoso EaD, de modo a torná-lo mais familiar. Seguindo essa linha, o Ministério da Educação publicou em 18 de março a seguinte portaria:
Portarias MEC nº 343/2020, nº 345/2020 e nº 395/2020 – substituição das aulas presenciais por aulas que utilizem meios e tecnologias de informação e comunicação – neste artigo denominadas de aulas remotas –, ou, alternativamente, sua suspensão;
Isso é uma forma dos governos cortarem gastos na área da educação, como demonstram as medidas propostas pelas administrações tucanas de Bruno Covas e João Doria em São Paulo.
A questão fundamental é que, uma vez que seja aceita a proposta de EaD no período de crise, cria-se uma justificativa para avançar após a pandemia. Os governos vão alegar que o projeto “deu certo”.
O EaD também significa que recursos do orçamento público serão repassados para as empresas privadas que atuam nesta área e que fecham vultuosos contratos com o Estado, com a disponibilização das plataformas online. Caso da Fundação Lemann e diversas outras ,uma evidencia de que trata-se de uma farsa, produzida para encher os bolsos dos grandes capitalistas, que não têm qualquer tipo de preocupação com a educação da população.
Neste momento se vê uma enxurrada de matérias e reportagens na imprensa burguesa divulgando os ”benefícios” da medida. A esquerda não pode cair nessa conversa fiada.
É preciso mobilizar por uma educação presencial, gratuita, de qualidade. E também nada de volta às aulas durante a crise da pandemia, que os estudantes estejam protegidos.
Está na hora do movimento estudantil, principalmente a UNE, ao invés de perder tempo com campanhas inúteis direitistas como a defesa do ministro bolsonarista Mandetta, por exemplo, mobilizar os estudantes pela defesa das universidades e escolas contra mais este ataque contra o povo.
Que os capitalistas paguem a crise, que os estudantes se mobilizem. Nada de EaD, nada de retorno às aulas até que seja seguro.
Fora Dória, Fora Covas, Fora Bolsonaro!