Seguindo a fórmula apresentada por Guaidó na Venezuela, a Aliança Cívica pela Justiça e a Democracia (ACJD) informou em comunicado nesta segunda-feira (18) a suspensão do diálogo com o governo, usando como justificativa a suposta “violência e repressão” ocorrida no fim de semana, onde foram detidos e posteriormente liberados mais de 100 manifestantes.
O clima de intervenção direta do imperialismo na Nicarágua, em construção desde o massacre ocorrido no período de 18 de abril a 25 de julho de 2018, em que a oposição nicaraguense adotou a prática dos guarimbeiros, levando o país à beira de uma guerra civil.
Soma-se à suspensão do diálogo, a ameaça feita por John Bolton em 20 de fevereiro de que o governo Ortega está com os dias contados” e que “o povo nicaraguense logo estará livre”.
Fica claro que apesar da orientação burguesa do governo Ortega, o imperialismo não brinca em serviço, adotando o modus operandi utilizado contra a Venezuela, onde quer que encontre real resistência na América do Sul. As operações de “mudança de regime” agora encabeçadas por Bolton, se utilizam de grupos de direita financiados, de ataques diretos contra a população e sabotagens contra a infraestrutura, e como bem vimos no caso da Venezuela, após o ultimato dado por Bolton, o corte do diálogo, que se seguir o script já apresentado na Venezuela, é um passo para o anúncio de envio de “ajuda humanitária” e mesmo da intervenção direta para suposta entrega desta.
Embora com toda a pressão feita pelo imperialismo, a população resiste, pois resta claro para todos nós cidadãos da América Latina, que por pior que seja a situação econômica de um país, uma intervenção estadunidense levará toda a nação a um estado permanente de servidão. O povo nicaraguense resiste e deve se espelhar no exemplo venezuelano, tomar nas próprias mão a tarefa de se organizar e resistir, combater o golpe direitista interno, assim como o Estados Unidos e servir de exemplo a todos os povos de como se opor e vencer o imperialismo nesse seu momento de rapina, selvageria precipitada pela crise capitalista.