Mais um ataque ao MST aconteceu na última quinta-feira, 31 de outubro. Dessa vez, o alvo da ação truculenta da polícia, oficiais de justiça e corpo de bombeiros foi o acampamento Beleza, no município de Aliança, no estado de Pernambuco. O ataque começou logo cedo, às 6 horas da manhã, pelas tropas de choque da polícia militar. Casas, plantios e tudo mais foram destruídos de maneira incisiva.
Como de costume, os trabalhadores foram deixados a relento, sem a mínima condição de subsistência. Além disso, idosos e crianças ficaram desesperados e desamparados. Inclui-se aí uma pessoa com problemas cardíacos que passou mal e teve de ser levado ao hospital. No total, 80 famílias foram expulsas do acampamento, ocupado em 2015.
O acampamento Beleza faz parte da Usina Cruangi. Uma vez que o antigo engenho Beleza estava em condições precárias, os sem-terra fizeram o que deveria ter sido feito: ocuparam o terreno. Após a ocupação, foram plantados feijão, milho, mandioca e hortaliças, dando o caráter produtivo à terra.
O MST de Pernambuco afirma que fora criada uma comissão de conflitos composta apenas de membros do governo. Se assim for, a possibilidade de impedir algum conflito se torna nula. Pelo contrário, cria a impossibilidade de um diálogo realmente democrático entre as instâncias governamentais e populares. Por mais que a intenção da comissão seja supostamente reduzir o impacto dos despejos, está diretamente ligada às ordens para tal ação. Pelo contrário, são intermediário no sentido de impedir que a fúria ao governo seja direcionada.
A política da extrema-direita é a de atacar as organizações de trabalhadores e depois se esconder atrás de uma muralha de burocracias. Para os sem-terra não é diferente. Queimam e destroem suas condições de vida no sentido de desorientar e desagrupar os agricultores e suas famílias. Assim, procuram tornar mais fácil o ataque à cada um destes, sua perseguição. É só através do ataque isolado que o fascismo consegue avançar, pois contra a massa de trabalhadores organizados a barbárie se torna impossível.