No próximo dia 18 acontecerá eleições na Bolívia e, como já era de se esperar, a direita boliviana está fazendo de tudo para impedir a participação do Movimento para o Socialismo (MAS), partido ligado ao ex presidente Evo Morales, por este partido apresentar grandes chances de vitória.
Acompanhando a onda de golpes de Estado na América Latina, a Bolívia vem sofrendo pressões direitistas e passou, recentemente, por um golpe em que retirou da presidência Evo Morales. Desde então, o país vem sendo governado por setores golpistas que estão, nessas eleições, fazendo de tudo para impedir a participação do partido ligado ao ex presidente de esquerda.
Como forma de continuarem governando, a direita boliviana tem utilizado como estratégia a perseguição política e a constituição de uma espécie de “frente ampla” direitista para impedir que Luis Arce, candidato pelo partido MAS, vença. Uma pequena amostra da perseguição política foi a ação impetrada pela senadora Carmen Eva Gonzales que solicitava a inabilitação do MAS nas eleições por, supostamente, divulgar pesquisa de intenção de votos. Outra estratégia desesperada utilizada para impedir que o candidato ligado ao ex presidente Morales vença é a formação dessa “frente ampla” de direita. Um exemplo disso foi a desistência do candidato de direita Tuto Quiroga. Ele desistiu de concorrer a eleição por reconhecer que não teria chances de vitória e, dessa forma, achou melhor renunciar sua participação para não fragmentar os votos. Publicou em sua rede social uma carta em que afirmava que deveria fazer tudo que estivesse ao seu alcance para impedir que o MAS retornasse ao governo.
Outra que também desistiu da candidatura foi a presidente golpista Jeanine Áñez. Ela retirou seu nome da disputa em setembro tendo como justificativa a intenção de não fragmentar os votos da direita e assim evitar uma possível vitória do partido MAS.
Essas atitudes demonstram o óbvio: a direita boliviana não possui apoio popular. Por isso agem de forma desesperada com objetivo de, primeiro, retirarem da disputa um candidato considerado de esquerda e, segundo, tentam somar os poucos votos em um candidato de direita. Resta saber qual a próxima atitude da direita caso o plano da “frente ampla” não apresente bons resultados.
A postura dos candidatos demonstraram que a direita boliviana está disposta a realizar tudo que for possível para retirar a possibilidade de vitória do candidato do MAS e que, mesmo que seja improvável (por conta da visível fraude eleitoral), caso o resultado das eleições venha ser de vitória para o MAS estarão dispostos a impedir sua posse.
Diante dessas posturas golpistas e fraudulentas, não resta outra saída a não ser a mobilização popular. A saída do golpe de Estado não será pela via eleitoral. As eleições é um dos instrumentos para a mobilização, no entanto, não deve ser encarado como a solução para todos os problemas sociais e políticos. Assim como no Brasil, o povo boliviano e toda a esquerda deve se unir através da palavra de ordem Fora todos os Golpistas e, devem lutar para que o candidato do MAS possa participar das eleições, assim como no Brasil, devemos mobilizar para a participação de Lula nas eleições. Sendo assim: Abaixo o golpe na América Latina. Fora todos os golpistas da Bolívia, Brasil e de toda América Latina!