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Direções da esquerda não podem dar fôlego para a recuperação dos golpistas

Os posicionamento errados das atuais direções da esquerda, isto é, do movimento operário, popular e dos movimentos sociais, são profundamente nocivos para o desenvolvimento da luta política contra o golpe de Estado. Desta forma, a política de conciliação, com acordos e busca de alternativas por dentro do regime político reacionário, dão fôlego para os golpistas.

Diante da gigantesca crise política do governo Bolsonaro e todo o regime golpista, as direções da esquerda, ao invés de direcionar a população no sentido de uma luta efetiva contra os golpistas, aproveitando a instabilidade da burguesia para liquidar de vez com o golpe de Estado, estão procurando realizar uma política para sustentar o regime bolsonarista.

Setores da esquerda estão procurando realizar um acordo com o “centrão” para substituir o presidente fraudulento, Jair Bolsonaro, por elementos golpistas de uma outra ala da burguesia, como o próprio vice-presidente, o general Hamilton Mourão. Desta forma, colocam o impeachment – e não a mobilização popular – como solução para a crise do regime. É o caso de Tarso Genro (da ala direita do PT), que se posicionou, em coluna no Brasil 247:

“Se me perguntassem num processo eleitoral em quem eu votaria se a opção fosse Bolsonaro e Mourão eu diria que em nenhum dos dois. Não votaria no primeiro por razões de sanidade mental, aliadas a outras razões políticas de princípio, vinculadas à questão democrática. E não votaria em Mourão, por motivos vinculados à questão democrática e às reformas que ele apoia. No concreto, todavia, poderá se configurar nos próximos meses uma nova linha divisória na nova política do país pós-golpe: você apoiaria uma solução ou o “impeachment” de um insano, em favor de um outro que não é? É bom ir pensando sobre isso”, disse o ex-governador do Rio Grande do Sul, indicando que apoiaria o general Mourão contra Bolsonaro (grifo nosso).

Outros setores da esquerda, como Rui Costa (governador da Bahia, PT), Guilherme Boulos (Psol) e intelectuais da esquerda pequeno-burguesa, como Gilberto Maringoni (também do Psol), colocam-se contra a derrubada de Bolsonaro porque supostamente seria algo “antidemocrático”. Rui Costa e Boulos chegaram a comparar a derrubada de Bolsonaro com o golpe contra Dilma Rousseff. Desta forma, para estes setores, a derrubada de uma presidenta eleita por um golpe financiado pelo imperialismo e a derrubada de um governo fraudulento pela mobilização popular seriam a mesma coisa.

Não bastasse isso, diversos setores da esquerda estão procurando realizar uma frente com setores da burguesia golpista – com sua suposta ala “esquerda”. O movimento “Direitos Já”, do qual participou Boulos, Haddad, Mercadante, Suplicy, Orlando Silva (PCdoB) e políticos do PSDB, PV, Rede e outros partidos golpistas, é uma comprovação disso. Trata-se de concretizar a tentativa fracassada de Ciro Gomes (PDT) de realizar uma “Frente Democrática” de oposição a Bolsonaro – em outros textos da Causa Operária, essa tentativa foi denunciada como uma forma de estabilizar o regime bolsonarista, com uma oposição de mentira.

Pelas mais diversas formas que assumem, a política da esquerda pequeno-burguesa e burguesa tem o mesmo objetivo em comum: estabilizar o regime golpista. Seja através do impeachment de Bolsonaro, ou através de uma oposição puramente parlamentar, nos marcos das instituições burguesas, trata-se de um acordo com os políticos mais cafajestes da política nacional, dar sustentação aos inimigos da população como Bolsonaro. O que estão procurando fazer é uma aliança com os grupos que até ontem estavam apoiando o governo Bolsonaro, e que hoje estão pulando do barco furado por conta da crise.

Esse tipo de política apenas fortalece o bolsonarismo – não na figura de Bolsonaro – mas na figura do “centrão”, controlado pelos antigos partidos da ditadura militar (DEM, PP, PMDB, PSDB) e os próprios militares. Desta forma, se esta política for vitoriosa, as direções da esquerda terão contribuído para estabilização do regime político, de forma com que os golpistas estarão mais fortes para impor sua ditadura contra toda a população brasileira. Terão fortalecido os políticos que têm a mesma política de Bolsonaro, que é de matar, reprimir, torturar e tratorar todos os direitos da população.

A alternativa para esta política se encontra na mobilização revolucionária das massas. O dia 15 de maio demonstrou que existe um gigantesco movimento de luta contra o governo Bolsonaro. É preciso estimular este movimento com palavras de ordem que direcionem a crise política no sentido dos interesses da população, pela derrubada do governo Bolsonaro, a libertação do ex-presidente Lula e a realização de novas eleições com Lula candidato. Essas palavras-de-ordem vão direto ao ponto central do problema, e portanto são mais eficientes para unificar todas as categorias de trabalhadores e a população em torno da derrota dos golpistas. É preciso aproveitar enquanto estão fragilizados.

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