No dia 18 de fevereiro do presente ano, os generais golpistas, o presidente da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), Floriano Peixoto, e o presidente do Postalis (Fundo de pensão complementar dos trabalhadores dos Correios), Paulo Humberto Cesar, ambos bolsonaristas, assinaram um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) que consiste em dar mais um golpe nos trabalhadores que são participantes do Postalis, no plano BD (Benefício Definido).
Segundo o TAC assinado pelos golpistas, os trabalhadores que permaneceram no Plano BD do Postalis, serão obrigados a migrar até o final do semestre para o plano CD (Contribuição Defindida), até o final do semestre. Caso o trabalhador exerça seu direito de poder optar em continuar no plano BD, o TAC ameaça de que o trabalhador terá que pagar muito mais do que já paga, para repor o rombo de bilhões de reais que foi roubado no plano.
É mais um ataque ao conjunto da categoria ecetista, a fim de facilitar ainda mais a privatização dos Correios, uma vez que o plano BD, como o próprio nome diz, garante ao trabalhador um benefício definido, obrigando a direção da ECT manter o beneficio dos trabalhadores participantes.
Acontece que após o saldamento do plano BD, em 2008, o Postalis ficou obrigado a garantir para seus participantes o BPS (Benefício Proporcional Saldado), ou seja, um dinheiro que tem que ser garantido ao trabalhador.
Com a proposta do TAC, os generais golpistas estão empurrando os trabalhadores para o PostalPrev, um plano de tipo CD (Contribuição Definida), que não tem nenhuma garantia de recebimento futuro, ainda mais com a crise econômica que se abriu mundialmente, após o Coronavírus.
Se não bastasse, o ataque dos golpistas ao dinheiro dos trabalhadores dos Correios, participantes do Plano BD do Postalis, o TAC serve para anistir os principais responsáveis pelo rombo de mais de 6 bilhões de reais ao Fundo de Pensão do Instituto, o Banco Americano BNY Mellon.
A história de ataques ao fundo de Pensão complementar dos trabalhadores dos Correios
O Postalis foi criado em 1982, com a ideia de complementar a aposentadoria dos trabalhadores dos Correios, através do plano BD, um plano que funciona de forma coletiva, em que a patrocinadora ECT, tem que arcar com boa parte do desenvolvimento do plano.
Diante da politica de privatização dos governo neoliberal de FHC, a direção dos Correios, a mando do governo do PSDB, impôs o Saldamento do Plano BD no Postalis, e instituiu o plano CD (Contribuição Definida) visando retirar das contas da ECT a obrigatoriedade de manter o plano BD, também propôs que todos migrassem para o novo plano, afim de esvaziar o plano anterior.
O saldamento foi realizado com a conversa fiada de que futuramente o plano não teria segurança, e o saldamento garantiria pelo menos o dinheiro que até aquele momento tinha sido recolhido dos trabalhadores.
Em 2014, a direção do Postalis anunciou que o Plano BD que havia sido saldado estava com um rombo de mais de 6 bilhões de reais, fruto dos péssimos investimentos realizados nas suas gestões. A solução encontrada foi justamente jogar a conta para categoria, cobrando até 26% nos salários dos seus participantes.
Após estabelecerem o desconto nos salários dos trabalhadores, veio à tona que o dinheiro mal investido pelo Postalis, do qual gerou rombos bilionários, teria sido orientado pelo Banco Americano BNY Mellon, contratado para dar assessoria financeira a Instituição.
Diante da denúncia grave apresentada, não restou outra medida moralizante que processar o Banco, exigindo que os golpistas devolvessem o dinheiro derretido pelas orientações dos banqueiros americanos.
No entanto, com o golpe de Estado de 2016 no governo do PT, de Dilma Rousseff, os golpistas que assumiram o governo federal impuseram uma intervenção no Postalis, com o argumento de que iriam moralizar o Instituto. Ao contrário do que disseram, prepararam o TAC, assinado pelos golpistas, e jogaram água fria no processo de pedido de indenização contra o Banco Americano BNY Mellon.
O TAC serve para retirar de vez a obrigatoriedade da ECT arcar com o Fundo de Pensão do BD, e esperar que o dinheiro dissolva na crise econômica que se aprofunda com o Corona virus, limpando mais um obstáculo a privatização da ECT.
Mais do que nunca é necessário um greve geral da categoria, que não está ameaçada nesse momento, apenas com perda de dinheiro, mais também pela própria vida, já que está trabalhando em plena quarentena do proliferação do Corona Virus.