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Desnorteados

Dino garante que esquerda vencerá eleição de 2022; mas haverá eleição?

Dino e Haddad sonham com "vitória da esquerda" nas incertas e longínquas eleições de 2022

Mais uma uma vez, vemos os mercadores de ilusões eleitorais realizando exercícios de futurologia sobre coisas e situações absolutamente incertas. Completamente alheios à realidade objetiva que permeia o País neste momento, inclusive já sendo   apontados, por determinados setores da esquerda, como os possíveis integrantes de uma chapa presidencial para as longínquas e duvidosas eleições de 2022, Fernando Haddad (PT) e Flávio Dino (PCdoB) gravaram juntos um programa exibido nas redes sociais nesta segunda-feira (dia 9). O governador do Maranhão, Flávio Dino disse: “Temos a eleição de 2020, e acredito que vamos vencer. Teremos um resultado bastante bom em 2020, teremos muitas vitórias de prefeituras, vamos trabalhar para isso. E vamos vencer a eleição presidencial em 2022, tenho certeza disso” (sítio 247, 09/09).

Se para a esquerda nacional, a fantástica fábrica de sonhos de uma possível vitória eleitoral em 2022 se apresenta como o seu único horizonte, para os trabalhadores isso nada mais é do que um enorme e intolerável pesadelo. Pode parecer muito confortável para a esquerda parlamentar, institucional, olhar para 2020 e 2022 e arriscar um prognóstico (improvável) vitorioso. No entanto, as únicas certezas hoje são exatamente os ataques contra o povo trabalhador e as incertezas que tomam conta da frágil e raquítica institucionalidade nacional, marcada por golpes e ameaças de ditadura vinda de todos os lados. Este é o verdadeiro cenário político conjuntural, o exato oposto e muito diferente do “céu de brigadeiro” fantasiado pela esquerda brasileira.

Declarar que a saída para derrotar a devastadora e selvagem ofensiva da burguesia e do imperialismo contra a população pobre e explorada são as eleições são o respeito e a devoção à institucionalidade e a submissão ao calendário eleitoral do regime golpista. É fazer tábula rasa do sofrimento das massas populares, dos milhões de desempregados que madrugam em filas quilométricas em busca de um mísero salário que lhes garanta a sobrevivência; é desprezar os assassinatos cotidianos de negros e jovens na periferia das grandes metrópoles; é fazer pouco caso da gigantesca obra de destruição que os representantes dos bancos no governo Bolsonaro estão fazendo com o patrimônio nacional, “privatizando” (na verdade, entregando) as empresas públicas (Petrobras, Correios, Eletrobrás), doando-as ao grande capital e ao imperialismo.

A julgar pela postura que vem sendo adotada pelo partido de Flávio Dino, o PCdoB, é possível termos uma ideia do que seria um governo com esta composição, formada por Haddad e Dino. O PCdoB Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara, o homem que conduziu (e até chorou) a votação do texto da reforma da previdência, surrupiando centenas de bilhões de reais dos trabalhadores e da população pobre. Também foi o partido de Flávio Dino que votou pela entrega da base de Alcântara aos Estados Unidos. No último final de semana, nas comemorações alusivas ao 7 de setembro, o PCdoB exortou a população a vestir verde e amarelo, as cores oficiais do bolsonarismo e da extrema direita fascista. Haddad e Dino também estão empenhados em constituir a tal frente parlamentar com elementos abertamente direitistas (do DEM, PSDB, PSD, Novo, Solidariedade etc.) e que apoiaram o golpe contra o governo eleito pelo voto popular em 2014, o governo do PT, partido do ex-presidenciável Fernando Haddad.

Esta política de prostração e submissão à institucionalidade, às incertas e distantes eleições de 2022, às alianças com os setores golpistas já se mostrou fracassada e incapaz de abrir uma perspectiva vitoriosa para a organização e a luta das massas populares. A aposta nas eleições, sejam eles municipais e/ou gerais, se coloca como um beco sem saída para orientar o eixo da luta para derrotar o governo Bolsonaro, os golpistas, a burguesia, a extrema direita e o imperialismo. Mesmo que venham a ocorrer dentro de um quadro de “normalidade”, as eleições estarão sob o controle direto das instituições do regime burguês fraudador, golpista, manipulador. Trata-se de uma pueril infantilidade acreditar na ideia de que o regime político dominado pela extrema direita, pelos militares e pelo imperialismo irá garantir a realização de eleições “limpas, transparentes e democráticas”, como sonha a esquerda nacional.

Em oposição a esta política de derrotas e de desmoralização da luta social de massas no País, o momento é de mobillizar  pelo “Fora Bolsonaro”; por novas eleições gerais; pela liberdade do ex-presidente Lula, restituindo a ele todos os direitos políticos cassados pela golpista operação Lava Jato, com a anulação dos processos fraudulentos que o condenaram.

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