Após ter se livrado do técnico Fernando Diniz, terminando um trabalho de meses, que levou o clube a liderança durante muitas rodadas, o São Paulo resolveu abrir o saldão de jovens promessas. O clube vendeu o centroavante Brenner, de 21 anos, que havia se destacado na temporada e poderia se tornar um ídolo do clube, sendo valorizado e até ido à seleção brasileira.
Sob nova direção e buscando conter uma série de dívidas, o clube paulista acertou a negociação na manhã desta quinta (4), com valores que chegam a 40 milhões de reais. Segundo constata o novo presidente, Julio Casares, foi um pedido do próprio atleta à gestão, depois de uma proposta recebida para jogar na MLS (Major League Soccer).
Com a demissão de Diniz, além da pressão pela contratação de um técnico estrangeiro, também se inicia a liquidação total das “pratas da casa”. Os meninos de Cotia, que estavam sendo lapidados e tinham muito futuro em frente, acabam indo mais cedo para o exterior. No mundo do futebol, mais do que a questão técnica, expressa no talento dos atletas, opera um fator maior: o econômico/financeiro.
Assim, a habilidade dos jogadores e seu potencial como atleta é esmagado pelo fator dinheiro, que é o mais importante. Causando uma venda de um ativo do clube ao futebol norte-americano, onde todos sabem ser um país que não tem tradição alguma no futebol. Nos Estados Unidos “só tem futebol americano”, a MLS é uma liga secundária, em geral utilizada por quem está no fim de carreira.
O risco que se corre com a venda de Brenner é que ele se torne um jogador apagado e ”suma”, como já aconteceu aos montes. Isto é uma forma de atacar o futebol brasileiro, enfraquecendo a própria seleção canarinho. Quantos craques se perderam dessa maneira “não está no gibi”.
Portanto, é preciso denunciar que se trata de uma política proposital dos imperialistas para atacar o futebol brasileiro. Da mesma forma que se vê na campanha contra Neymar. O craque, hoje no PSG da França, também saiu muito cedo do Brasil. Atuou em cinco temporadas no Santos, venceu três Campeonatos Paulistas, uma Copa Libertadores da América e uma Copa do Brasil, até sua venda polêmica ao Barcelona.
Finalmente, a questão de Brenner ter ”pedido para sair” e ter o anúncio da sua venda na mesma semana da demissão de Diniz, não pode ser encarada como aleatórias. É evidente que enquanto existia alguma chance do título, o jogador vinha sendo escalado e viajado com o elenco. Mas o São Paulo vem há bastante tempo desrespeitando seus atletas, prova disso é que irão parcelar salários e direitos de imagens , desembolsando 14 milhões em pagamento a partir de março.
A desordem do clube, que vive uma fila de mais de uma década sem títulos, também se expressa em uma espécie de ”intercâmbio” de atletas entre São Paulo e FC Cincinnati (O clube que comprou Brenner). A parceria se dá entre jogadores das categorias de base – algo que mais favorece os americanos do que os brasileiros – uma espécie de acordo entre o melhor futebol do mundo e quem ainda está descobrindo o futebol. Chega a ser absurdo.
Brenner marcou 22 gols em 44 partidas disputadas na atual temporada. O atacante de 21 anos é o artilheiro do time paulista nesta campanha. Ele foi um dos destaques do time que era comandado por Fernando Diniz até a última segunda (1º).