A pandemia de coronavírus acentuou a crise econômica mundial e paralisou países imperialistas inteiros, como no caso da Itália e da Espanha. O Brasil, por ser um país muito pobre, vai sofrer muito mais com a epidemia. O estrago será muitas vezes maior e dizimará os mais pobres!
Isso é o que afirma a médica sanitarista Lígia Bahia, professora da UFRJ, em entrevista ao canal Tutaméia no youtube. Segundo ela:
“As classes médias podem se isolar, usar álcool gel, fazer coisas pela internet. Os pobres, não. Quando a epidemia explodir, ela vai dizimar os pobres desse país. Podemos retardar a explosão dessa epidemia. Mas, quando ela explodir, vai flagelar especialmente a população pobre. As condições de vida dessa população favorecem o coronavírus. Nas casas onde moram vivem muitas pessoas, há poluição ambiental, é preciso trabalhar o tempo todo. Essa precariedade não está sendo objeto de políticas públicas no Brasil.”
Um exemplo da denúncia da médica está no fato de uma boa parte da população pobre no Brasil viver em situação de rua. Em São Paulo, por exemplo, maior cidade do país, existem mais de 24 mil pessoas nesta condição. Isto por dados oficiais, pois segundo movimentos sociais, como o Pop Rua, a capital teria mais de 32 mil pessoas. Quando a crise se aprofundar, o que essas pessoas farão?
É neste sentido que se faz necessária imediatamente a construção de abrigos para os moradores de rua! Sob nenhum ponto de vista humano pessoas serem abandonadas para morrer é aceitável. No entanto, dado que o Estado, sob o controle da burguesia, fará justamente isso – salvará os ricos e dizimará os pobres – a única coisa que resta à população é se mobilizar para fazer o Estado cumprir os direitos do povo e evitar um genocídio.
Esse é o programa Partido da Causa Operária (PCO), que possui além dessa, reivindicações como:
- Aumento imediato das verbas para a saúde, aumentar o número de instalações e equipamentos
- Contratação imediata de todo o pessoal da saúde necessário para enfrentar a crise
- Aumento do número de leitos nos hospitais públicos
- Distribuição gratuita da máscaras, luvas e álcool e remédios
- Formação de conselhos populares de fiscalização do serviço de saúde
- Estatização de todo o sistema de saúde
- Estatização dos laboratórios
- Estatização da produção de equipamento de saúde
- Aumento das vacinas disponíveis contra a gripe e abertura de mais postos de vacinação
Como já divulgado pelo DCO, países como a Itália, por ex., tem o dobro do número de leitos do Brasil para tratar a doença. No entanto, isso não foi suficiente. No Brasil, a população é muito maior, a aglomeração de pessoas é muito maior e as condições sociais e econômicas do país são muito piores. Como se não bastasse, o programa do governo Bolsonaro é dar dinheiro para os capitalistas, para salvá-los da crise, enquanto o povo sequer tem condições de higienizar as mãos com álcool em gel!
Ou seja, é preciso ter claro de que os governos golpistas, como Bolsonro, Doria, Witzel, etc, não possuem condições de combater essa crise. Pelo contrário, o programa da extrema direita e da direita já é o extermínio da população pobre. Neste caso, o coronavírus seria apenas mais um pretexto para implementá-lo. Portanto, a única forma de evitar o genocídio da população mais pobre, sobretudo o da população em situação de rua, é que a população se organize para tomar os rumos do seu próprio destino e impedir que a ameaça de um verdadeiro genocídio se concretize.