Nenhum apoio aos abutres

Diante da frente ampla, é um dever de classe votar nulo

Defender a independência de classes e ir preparando a intensificar a campanha pelo fora Bolsonaro e todos os golpistas e o imperialismo

Diante do processo eleitoral que se encerra no domingo, o mais importante não é quem vai ganhar, mas a operação politica que se prepara em escala nacional para consolidar o golpe de Estado desfechado em 2016, com a derrubada da presidenta Dilma Rousseff, à qual se seguiram outros ataques à esquerda (como a prisão do ex-presidente Lula), aos direitos democráticos de todo o povo brasileiro e o maior retrocesso nas condições de vida da população de todos os tempos.

A maioria da esquerda burguesa e pequeno burguesa embarcou sem reservas na política dos golpistas de se “reciclarem”, procurando se apresentar como “progressistas”, “democráticos”, “científicos” etc. para retomarem as rédeas do regime político golpista que tiveram que dividir com a extrema direita bolsonarista.

Para isso, antes do processo eleitoral, alardearam a formação da frente ampla com os golpistas, os principais operadores do golpe dado para fazer valer aqui os interesses do imperialismo contra a imensa maioria do povo brasileiro. Como parte desta política, o PSB, PDT, PCdoB, PSOL e a direita do PT se juntaram à direita tradicional, como o PSDB, setores do DEM, PSD, PP, MDB que, agora, depois de se saírem “vitoriosos” nas eleições fraudulentas armadas para produzir esse resultado, se apresentam como “centro democrático”, quando são – de fato – a direita golpista.

A esquerda “abutre” que deve os primeiros momentos do golpe, procurou tirar proveito dos ataques reacionário contra o PT, atuou em consonância com essa direita, não denunciou a fraude e recebeu como paga pequenos ganhos, que podem ser apenas circunstâncias e ilusórios, como se viu em tantas outras oportunidades (Heloisa Helena/PSOL, em 2006; Marina Silva/PSB, em 2014 etc.) ou que podem se intensificar, de acordo com as necessidades da própria burguesia, diante do agravamento da crise, como a própria imprensa golpista sinaliza em relação, por exemplo, à Guilherme Boulos, escolhido (por hora) pela direita como o “novo líder” da esquerda.

O caso do candidato do PSOL paulistano é exemplar, para mostrar até onde essa esquerda bem quista pelos golpistas e bem relacionada com a burguesia é capaz de ir.

Ele não só foi o beneficiário direto de todo o processo fraudulento de transferência de votos do PT e da campanha de falsificação das pesquisas e de manipulação da imprensa de que o partido de Lula não teria a menor chance de chegar ao segundo turno, como  também recebeu todo tipo de apoio – inclusive financeiro, de grandes capitalistas – para cumprir com a missão que a direita lhe reservou.

É evidente que Boulos deixou todas as pistas de que fez o possível e o impossível pra mostrar que é candidato fartamente apoiado pela burguesia e merecedor de sua confiança. Defendeu a PM assassina e a humanização da Guarda Civil fascista; está se comprometendo com medidas sanitárias para fazer voltar às aulas, tão desejada pelos banqueiros e tubarões do ensino pago (quando todos sabem que a única medida efetiva de proteção é a vacinação); defendeu o respeito aos contratos fraudulentos dos governos direitistas com as máfias capitalistas que controlam a prefeitura; prometeu se submeter à lei de responsabilidade fiscal; criticou a violência das manifestações contra a selvageria que vitimou o negro João Alberto, no Carrefour de Porto Alegre, não defendeu Cuba e Venezuela diante dos ataques do candidato da direita em cujo governo já foram mortos dez vezes mais pessoas pela Covid-19 do que naqueles dois países juntos. Recebeu com entusiasmo todo tipo de apoio direitista de políticos inimigos dos trabalhadores, dos sem teto etc e até da Policia como do oficial da PM que exultou sua “ética”e boa relação com a PM nas deslocações de terrenos.

O mesmo ocorre com Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) e obviamente com os candidatos dos partidos burgueses de “esquerda”,  como o PDT – em Fortaleza – ou o PSB – em Recife.

Nessa empreitada reacionária, são apoiados pelo PSTU, a esquerda “revolucionária”, que adota uma posição coerente, porque esteve junto com os golpistas no golpe (“Fora Dilma, fora todos!”; defesa da prisão de Lula etc.) e estão agora também, quando os golpistas tentam consolidar o golpe.

De forma diversa, onde o PT não é apoiado pela burguesia os candidatos são triturados, como se deu em Fortaleza e Rio de Janeiro, no primeiro turno, e agora, ocorre no Recife em Recife e Vitória.

Diante de toda essa operação golpista, a esquerda classista não tem alternativas eleitorais que sirvam, neste momento, para impulsionar a luta dos trabalhadores e é preciso defender o voto nulo. Essa foi a posição aprovada por delegados de todo o País que se reuniram na Conferência Nacional do PCO, no último dim de semana.

Trata-se de voto de classe, de um partido operário, o qual não pode ser definido com base na ideologia, mas sim em relações concretas, em função das lutas em curso neste momento. Um partido operário pode – em determinadas circunstâncias – chamar a votar em um candidato que não seja um representante da burguesia e que não tenha a sua ideologia. Isso, no caso do candidato ter condições de contribuir com o desenvolvimento da luta de classes da classe operária.

O voto em candidaturas pequeno-burguesas, defensoras da frente com a burguesia golpista, como Boulos, Manuela etc., indica apoiar que a pequena burguesia tem o direito e o privilégio de controlar politicamente a classe operária, o que não pode se justifica.

Mais do que nunca, é preciso defender a independência de classe e ir preparando a vanguarda classista para, depois das eleições, intensificar a campanha pelo fora Bolsonaro e todos os golpistas e o imperialismo e impulsionar a luta pela candidatura presidencial de Lula – um verdadeiro divisor de águas na etapa atual – começando pela luta pela restituição dos seus direitos políticos.

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