Há muito, a esquerda nacional está imersa em um emaranhado de confusão e falta de clareza política acerca dos acontecimentos que marcam a luta de classes no País. Desde o golpe de Estado que destituiu o governo eleito pelo voto popular em 2014, setores da esquerda brasileira passaram a adotar uma postura alheia à compreensão do real significado da investida reacionária da direita e do imperialismo, em alguns casos, inclusive, apoiando a ação golpista e persecutória da burguesia contra o conjunto da esquerda, em particular contra o Partido dos Trabalhadores e sua liderança maior, o ex-presidente Lula, condenado nos processos fraudulentos da operação Lava Jato.
A eleição fraudada e manipulada de 2018, que deixou de fora das urnas o principal candidato popular, voltou a expressar ou deu continuidade à confusão da esquerda, quando esta se recusou a denunciar a fraude em curso, participando das eleições como se esta fosse um processo democrático e transparente, quando estávamos diante da maior e mais escandalosa das fraudes.
O resultado não poderia ser mesmo outro, com a “vitória” do candidato da extrema-direita, apoiado por todas as forças mais reacionárias, burguesas e direitistas do país. Bolsonaro, portanto, é produto direto da fraude e da campanha de ataques e calúnias contra a esquerda nacional. Neste sentido, seu mandato é ilegítimo e a campanha pelo “Fora Bolsonaro” assume cada vez mais legitimidade, com o crescimento da adesão e força em todas as regiões.
A luta e a mobilização em torno à campanha pelo Foro Bolsonaro é, desta forma, a principal atividade que deve ser impulsionada neste momento. Junto a esta campanha, é necessário impulsionar também a mobilização pela reabertura dos sindicatos e demais entidades de luta dos trabalhadores. A classe trabalhadora brasileira vem sofrendo, por parte do governo golpista, sucessivos ataques às suas condições de vida, sem que haja qualquer reação e resposta dos sindicatos, pois os mesmo estão com suas portas fechadas.
Neste sentido, é necessário exigir das entidades e seus dirigentes a imediata reabertura dos sindicatos, colocando-os a serviço da mobilização e da luta para impedir o morticínio que a burguesia, a extrema direita e os golpistas estão perpetrando contra o trabalhador e sua família. A epidemia do coronavírus não pode servir de pretexto para que os sindicatos e as demais entidades representativas das massas populares mantenham suas portas cerradas. Não há isolamento social para a população pobre e explorada do país, que está obrigado a trabalhar e se expor aos riscos da contaminação, e neste sentido, é dever imediato dos dirigentes sindicais a ruptura com a paralisia e a inércia que hoje predomina nas entidades.