No XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), realizado em 1956, Nikita Kruschev denuncia os crimes cometidos por Stálin.
Kruschev apresentou um relatório secreto em que denunciava as atrocidades cometidas por Stálin. O problema é que ao proceder desta forma, Kruschev, braço direito de Stálin, se eximia a si mesmo e a burocracia stalinista de qualquer responsabilidade pelos crimes anunciados. Era como se uma única pessoa pudesse ter sido responsável por décadas de arbitrariedades e despotismo sobre o povo.
A burocracia stalinista avançou na tomada do partido bolchevique e do Estado soviético ainda antes da morte de Lênin, em 1924. O próprio percebera isso e se comprometera a combater a burocracia, o que a sua morte não permitiu. Sob o pretexto de combate ao “trotskismo”, a burocracia stalinista se apossou do regime político, perseguiu, prendeu e assassinou a vanguarda proletária da Oposição de Esquerda e desfigurou quase completamente o Estado Operário. De acordo com Trotsky, caso uma revolução mundial não ocorresse, o regime dominado pela burocracia stalinista inevitavelmente cairia, o que ocorreu em 1991.
Neste Congresso do PCUS, Kruschov adotou uma política conciliatória com o imperialismo, sob as teses de “coexistência pacífica” e “transição pacífica” ao socialismo pela via das reformas nos regimes capitalistas. Isso significou o abandono dos princípios da luta internacionalista dos trabalhadores e da revolução proletária, pilares fundamentais da doutrina do marxismo revolucionário.
A política de Kruschov era expressão dos interesses políticos da burocracia stalinista.