No último domingo (13) ocorreu em São Paulo o ato “Justiça para Lula”, que reuniu algumas milhares de pessoas na Avenida Paulista para reivindicar a liberdade e anulação de todos os processos contra o ex-presidente.
O ato foi muito combativo por parte da militância, que acompanhou entusiasticamente o chamado a ocupar Curitiba, no próximo dia 27 de outubro, para transformar o aniversário de 74 anos de Lula em um grande ato político pela sua imediata liberdade.
Por outro lado, o tamanho do ato, pequeno para a cidade mais importante do País, e o fato de não ter sido chamado em nenhuma capital (nem mesmo em Curitiba) mostra a política de contenção da mobilização por parte das direções. É contraditório, as bases querem fazer algo, tomar uma atitude contundente, mas essas direções não acreditam nas suas próprias bases.
Esse episódio ajuda a entender porque com todo o apoio que o ex-presidente tem e o repúdio crescente contra o governo Bolsonaro, a campanha pela liberdade de Lula se desenvolve entre os trabalhadores e a população em geral e encontra enormes dificuldades dentro das direções de esquerda.
Isto fica claro também quando observada a preparação do ato do dia 27, que foi aprovado no último dia 21 na II Plenária Nacional Lula Livre, porém, não conta com a convocação devida da maioria das direções. Também fica claro nas declarações recentes de dirigentes do PT, como o novo presidente da CUT, que disse para Lula aguentar na prisão e que é preciso “virar a página Bolsonaro”. Ao mesmo tempo em que o ex-candidato a presidente, Fernando Haddad, fez críticas à presidenta Dilma em favor da política neoliberal.
A disposição da militância em lutar pela liberdade do ex-presidente nas ruas é muito grande, como visto no ato do último dia 14 de setembro em Curitiba. Por isso, para prosseguir com a mobilização e romper com as amarras da vacilação das direções, é necessário colocar todos os esforços no ato do próximo dia 27 de outubro em Curitiba, pela anulação de todos os seus processos contra Lula e da operação golpista Lava Jato.