Há quase um mês, o maior líder popular do país, o ex-presidente Lula, foi preso pelos golpistas. Embora o processo que culminou na prisão tenha sido completamente fraudulento, os trabalhadores reagiram fortemente à arbitrariedade do Judiciário e da Polícia Federal e conseguiram, na marra, retardar, por 24 horas, a vitória parcial dos golpistas.
Uma vez que o ex-presidente Lula foi transferido para a República de Curitiba, a capital paranaense se tornou um local-chave para a mobilização contra o golpe. Afinal, Lula não será solto com barganhas no STF ou conchavos no Congresso: é necessário encher as ruas de Curitiba, através de uma mobilização revolucionária, para que a direita se sinta acuada e conceda a liberdade de Lula.
Por isso, o único lugar em que o primeiro de maio poderia acontecer, caso a esquerda pretendesse ser coerente com a luta contra o golpe, era em Curitiba. No entanto, embora tenha sido falado em ato unificado em Curitiba, na prática, a esmagadora maioria da esquerda não mobilizou para o ato. Ao invés disso, optou por dispersar a mobilização em atos locais e, muitas vezes, dissociados da luta pela liberdade de Lula.
Diante de toda a capitulação dos setores que decidiram não mobilizar para o ato em Curitiba, a iniciativa do Partido da Causa Operária foi predominante para o sucesso do ato. As dezenas de caravanas, que envolveram militantes de todas as regiões do país e que foram sustentadas por meio de uma campanha financeira junto aos trabalhadores, garantiu a presença de centenas de pessoas no ato, que realizaram uma intensa agitação sob a palavra de ordem “Liberdade para Lula”.