Nesta última sexta-feira a Unidade de Ureia da Fábrica de Ferttilizantes Nitrogenados da Bahia (FAFEN-BA) interrompeu suas atividades. As razões têm a ver com dificuldades técnicas nas plantas da Petrobrás que fornecem amônia para a unidade de ureia ocasionadas por falta de manutenção. O retorno da unidade à operação é incerta e haverá consequências não só para os seus trabalhadores mas também para toda a cadeia produtiva da região, além de comprometer a soberania nacional e a segurança alimentar do povo brasileiro.
O desmonte da Petrobrás vem de longe. Já durante o governo “nacionalista” do General Ernesto Geisel o monopólio que a estatal detinha para a exploração de petróleo foi quebrado. Além de seus efeitos imediatos a medida teve um caráter simbólico uma vez que a empresa até então tida como intocável teve destruída sua primeira linha de defesa. Daí em diante em maior ou menor grau todos os governos sem exceção adotaram alguma medida que se traduzia em enfraquecimento do caráter estatal da empresa e na sua entrega a mãos estrangeiras.
O regime atualmente instalado no país é uma continuação (numa versão mais desavergonhada) do regime FHC o qual tinha o entreguismo como profissão de fé. A disposição da burguesia no momento é levar cabo o ideário neoliberal no nível mais extremo nem que seja preciso atravessar uma Ponte Rio-Niterói de cadáveres. Desde o golpe de 2016, a Petrobrás, que sempre foi uma pedra no sapato do imperialismo, está sendo arruinada numa velocidade impressionante sob os olhos de todos, sob a indiferença da população em geral e do imobilismo do movimento sindical que se limita a denunciar o desmonte mas sem tomar iniciativas concretas.
Uma das guardiães da independência energética do Brasil, a Petrobrás pode ser considerada a sua espinha dorsal. Portanto é um assunto que interessa não só a seus trabalhadores da empresa mas a todos os brasileiros trabalhadores. A destruição da estatal do petróleo significa a liquidação final do Brasil e deve ser objeto de repúdio geral.