A ladainha da imprensa golpista sobre a recuperação econômica se mostra cada dia mais evidente. Conforme recente pesquisa do IBGE, 40% dos setores industriais brasileiros acumularam mais de 1% de queda na produção, em 2018, em relação a 2017. Outros 15% ficaram estagnados. O levantamento mostra que estes números não se tratam de uma suposta “recuperação lenta”, mas de um ano que representou um freio para a atividade industrial.
Embora tentem culpar a greve dos caminhoneiros, o avanço do imperialismo é o verdadeiro responsável por este freio. As multinacionais, em crise, entram como nunca nos países periféricos, para roubar suas riquezas e explorar ao máximo a força de trabalho. Sem capacidade para promoverem um desenvolvimento local, os grandes monopolistas estrangeiros desencadeiam a recessão interna, evitando o surgimento de forças econômicas e políticas concorrentes.
Bolsonaro é a continuidade e o aprofundamento deste processo, iniciado com Temer. Sua essência é a destruição da previdência, a entrega do patrimônio nacional ao capital estrangeiro, o corte absoluto dos gastos com os mais pobres, aumentos e favorecimentos aos mais ricos, ataque aos movimentos populares, fim das estruturas de proteção social e rapina das pequenas migalhas conquistadas pela população.
Muitos empresários locais caíram no conto golpista. Primeiro, torceram por Temer. Agora, torcem por Bolsonaro. Mais cedo ou mais tarde, a ficha cairá para eles também. A decepção geral diminuirá a base de sustentação do atual governo e aumentará o descontentamento com este regime. Eis o motivo pelo qual o momento é de fortalecer a mobilização popular.