A Escola de Cinema Darcy Ribeiro, patrimônio histórico, cultural e imaterial do RJ, é um dos grandes centros de referência na formação e produção cinematográfica brasileira. A construção histórica data do início do século XX e a Escola mantém suas atividades há mais de 20 anos nesta sede.
Em meio ao projeto de destruição do Brasil pela via das privatizações, o centro encontra-se ameaçado. Isso porque o edifício pertence aos Correios, que pretende torná-lo sede estadual – tema de uma Audiência Pública na última quarta-feira (12).
Em nota, no início do ano, a Escola já havia comunicado tais intenções:
“A Escola de Cinema Darcy Ribeiro (ECDR) informa que, de fato, recebeu um comunicado dos Correios, em 2019, solicitando a entrega do edifício em que, há 20 anos, promove a educação e a cultura por meio da formação profissional no setor audiovisual. Desde então, temos empreendido todos os esforços junto aos gestores dos Correios, de forma a podermos dar continuidade às nossas atividades educacionais e sociais no imóvel.”
Vale lembrar que se trata bem mais que do que a venda de uma empresa para o benefício do setor privado, significa também um criminoso ataque à cultura e economia nacionais, dado que, como nos lembra o vereador Reimont (PT), “o audiovisual fatura R$ 55,4 bilhões no país e R$ 2,7 bilhões em arrecadação de impostos. Só no Rio de Janeiro são 11 mil trabalhadores na área”.
A escola recorreu à justiça para se defender da ofensiva privatista.
“Nós tivemos que nos mobilizar neste momento, com os advogados, e tentar responder. Passamos todo o período da Covid-19 cuidando dessa questão judicial. A escola, inicialmente, ganhou, depois perdeu… e no fim, por todos os processos, com mandato de segurança, seguiu ao STJ e a escola perdeu”, disse Irene Ferraz, diretora e fundadora da escola, em entrevista ao RJ2.
Contudo, infelizmente, nesta decisão, não caberá mais recurso judicial algum, o que fará com que neste sábado (15) a escola seja despejada. O que deixa claro que as instituições da burguesia tem como papel legitimar os arbítrios contra ao povo, logo, só a mobilização pode reverter ataques como esse.