Na História do Brasil, em todos os seus ciclos econômicos, nossas elites sempre exploraram os recursos naturais do país de forma predatória e sistemática, provocando desmatamento, grilagem de terras e fortalecendo o latifúndio.
Desde a chegada dos portugueses e começo da economia capitalista no Brasil, nossa vegetação vem sendo devastada. A Mata Atlântica, um dos primeiros locais da ocupação do país, é a nossa floresta que mais sofre com a devastação, restando de original apenas 7%.
A nova vítima da sanha violenta das classes dirigentes do Brasil é a floresta Amazônica, que sofre com os desmatamentos em prol da expansão agrícola, cujos principais beneficiários são os grandes latifundiários, em detrimento dos camponeses e do povo brasileiro. O latifúndio, extensa propriedade agrícola, geralmente improdutiva, pertencente a uma minoria tradicional surgida no início de nossa colonização, é outro grande problema do país. A grilagem, prática antiga de falsificar documentos em caixa com grilos para se apossar das terras, é praticada por esses latifundiários e apoiada pelos governantes reacionários.
No governo Bolsonaro esses problemas históricos estão a cada dia aumentando e sendo estimulados, pois o presidente já disse aos latifundiários que esse governo é deles. Os números são alarmantes e nos alertam para a necessidade de lutar e derrubar esse governo e sua base golpista.
Os alertas de desmatamento do governo Bolsonaro foram 82% superiores aos três anos anteriores. Desde o golpe de 2016, organizado pela base política que sustenta o governo e diz demagogicamente que quer combatê-lo, o desmonte das políticas ambientais só aumenta.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais(INPE) indicam onde estão ocorrendo desmatamentos, para que os órgãos de fiscalização possam conferir e agir. Os números divulgados pelo INPE podem ser falsamente utilizados para fazer propaganda do governo, mas a realidade é outra quando comparada com anos anteriores. No ano de 2020, a área com aviso de desmatamento legal na Amazônia era de 8.426 Km². Em 2019 esse aviso foi maior, 9.178 Km². Apesar dessa queda de 8% nos anos de 2019 para 2020, o volume médio referente ao desmatamento nesses dois anos foi de 8.802 Km², bem maior do que o volume médio dos anos 2016, 2017 e 2018, que foi de 4.844 Km², segundo reportagem da Revista Terra(08/01/21).
Essa devastação foi comprovada por outros dados divulgados pelo mesmo instituto. O Prodes, um sistema do INPE, traz dados anuais de desmatamento. Entre agosto de 2019 e julho de 2020, a devastação da floresta atingiu 11.088 Km², um aumento de 9,5% em relação à medição anual anterior.
Diante desses dados negativos sobre o desmatamento, o governo federal criou a Operação Verde Brasil 2, que vem se mostrando inócua no combate a esses problemas. É uma verdadeira operação para despistar a real intenção do governo Bolsonaro, um governo voltado para o latifúndio e o desmonte das políticas ambientais em favor do capital e em detrimento da população brasileira.
A Operação Verde Brasil 2, coordenada pelo Conselho da Amazônia e presidida por Hamilton Mourão, vice-presidente da República, enviou no mês de maio militares para a Floresta, a um custo mensal de R$60 milhões. Segundo dados da Operação, ela já combateu 7,5 mil focos de incêndio, embargou 99 mil hectares, aplicou 183 autos de prisões em flagrantes delitos e aplicou 1,79 bilhão em multas. Porém, a real efetividade da Operação não aconteceu, pois no acumulado do período vigente da operação o desmatamento foi o segundo maior nos últimos cinco anos. Portanto, é preciso tomar cuidado com a manipulação dos números e estatísticas, pois eles sempre poderão ser usados como verdade em versões falsas.
É preciso mobilizar a população brasileira para denunciar e combater, nas ruas, o governo golpista de Jair Bolsonaro, que é uma verdadeira máquina de ataque ao meio ambiente e a todo povo brasileiro.