O desmatamento da Amazônia brasileira atingiu 367 Km² neste mês de março passado, superando os anteriores de 356 Km² em 2018 e 326 Km² em 2020. Os dados foram obtidos pelo sistema de monitoramento do desmatamento (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE).
As queimadas aumentaram 12,6% comparadas com março de 2020, que já apresentava o pior resultado dos doze anos recentes. Com a aproximação da temporada de secas, a situação deve piorar ainda mais.
O desmatamento foi tão evidente que o governo de Jair Bolsonaro utilizou sob argumento de combater o desmatamento, o exército na região amazônica na Operação Verde Brasil 2, chefiada diretamente pelo vice presidente da República Hamilton Mourão, para esconder os verdadeiros culpados por essa situação, os latifundiários.
Em 2020 o governo Bolsonaro cortou 60 milhões de reais de verbas do Ministério do Meio Ambiente, paralisando as operações de combate ao desmatamento. Para 2021 a proposta era de reduzir 120 milhões das verbas totais do ministério.
Em meio ao crescimento do desmatamento, assistimos a política de corte de verbas sistematicamente para o órgão que deveria cuidar da preservação ambiental. Nem mesmo a presença do exército na região faz isso parar. Os militares não conseguem visualizar a fumaça ou mesmo o barulho das motosserras?
Ainda os frequentes ataques às terras indígenas e às ocupações por parte dos trabalhadores rurais. Que são expulsos à bala das terras, ou então sofrem a desocupação por parte das milícias dos latifundiários ou pela própria polícia militar, destruindo plantações, casas, escolas e tudo o mais. Sem que o estado aja de acordo com as leis, e penaliza as agressões descabidas contra quem quer simplesmente sobreviver em meio à crise econômica e à pandemia.
Os desmatamentos têm um objetivo claro, favorecer a base de apoio do governo Bolsonaro formada por latifundiários e grileiros de terra. Para isso colocou em marcha um plano de incentivo de invasão de unidades de conservação, terras indígenas, assentamentos rurais e terras públicas para serem desmatadas e queimadas numa velocidade nunca vista.
É urgente que os trabalhadores rurais, os indígenas e sem terras criem grupos de autodefesa para fazer frente a ofensiva do latifúndio contra suas terras e vidas. Pelo fim do latifúndio e reforma agrária.
