O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexánder Grushkó, relatou preocupação a possível redistribuição de parte do contingente militar dos EUA, da Alemanha para a Polônia. Grushkó adverte que os intenções de Washington são contrárias à Lei da Fundação Rússia-OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), na qual há o compromisso, por parte da OTAN, em não aumentar o contingente militar na região. Os EUA se retiraram do Tratado das Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), planejam abandonar o Tratado de Céu Aberto e não ratificaram o Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa (FACE). Para Grushkó "é óbvio" pensar que os EUA também podem violar o acordo entre a OTAN e a Rússia. A OTAN foi criada em 1949 no contexto da Guerra Fria, desde então tem sido usada pelo EUA para realizar um cerco militar à Rússia, o que vem se intensificando nos últimos anos. Em tese, a OTAN perdeu a razão de existir com o fim da Guerra Fria, quando houve a reunificação da Alemanha e esfacelamento da União Soviética. Portanto, a simples existência deste bloco militar demonstra seu caráter imperialista e intervencionista. Os EUA possuem cerca de 800 bases militares espalhadas em 80 países, metade dos existentes no mundo. Segundo informou em novembro 2019 o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, os Estados Unidos estão expandindo sua presença militar na Europa para 20 mil soldados, além de alocar novos equipamentos e reforçar sua infraestrutura. É inevitável concluir que o aumento da presença americana na Europa e na Ásia, além da realocação de tropas na Polônia tem como objetivo a Rússia. Moscou sempre foi um alvo para os EUA e à medida que a crise capitalista se aprofunda, fica cada vez mais evidente o risco de um ataque aos russos, que têm um grande peso na correlação de forças geopolíticas, além de recursos naturais escassos e preciosos. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia alertou, nesta quarta-feira (25/06), que se os EUA insistirem no plano de transferir suas tropas, da Alemanha para a Polônia, a Rússia tomará as medidas necessárias para garantir sua segurança e a de seus aliados, relatou a agência RIA Novosti. O governo alemão, por sua vez, anunciou que não havia recebido confirmação oficial de Washington sobre a decisão de Trump, também enfatizou que "a presença de tropas americanas na Alemanha serve à segurança da aliança da OTAN como um todo". As declarações de Trump podem ter como alvo o público interno, afinal é ano de eleição, no entanto, a efetivação do plano de redistribuição de tropas e uma possível reação dos russos, coloca o mundo em alerta para um que poderia ser o inicio de mais um conflito de abrangência global.