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Uma geração condenada

Desemprego tira mais jovens das salas de aula que ensino remoto

Entre os universitários 56% precisaram parar com o estudo tendo em vista a necessidade de procurar trabalho

Pesquisa realizada entre setembro e outubro deste ano pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Comitê Gestor da Internet do Brasil (CGI.br) , apontou as causas do abandono dos estudos entre os jovens durante a pandemia de coronavírus. Participaram da entrevista promovida pelo Painel TIC Covid, 2728 pessoas usuárias de internet com idade superior a 16 anos, sendo citadas diversas causas para o abandono ou ausência nas aulas remotas no último período.

O levantamento revelou que ao contrário do que se divulga, o principal fator para a ausência nas aulas remotas é a necessidade entre os jovens de procurar por emprego, e não as dificuldades com a internet, como tem sido propagandeado. Os resultados indicam que entre os universitários 56% precisaram parar com as aulas tendo em vista a necessidade de procurar trabalho.  Apenas 34% relataram conexão de baixa qualidade e outros 32% falta de equipamentos adequados para o acesso às aulas remotas.

Os dados mostram ainda a profunda desigualdade social no País, pois 29% dos jovens de “classe” D e E não acompanham as aulas, enquanto entre os de classe A e B apenas 11% não estão estudando. Ou seja, o índice de evasão é 3 vezes maior entre os mais pobres.

Outro aspecto relevante e importante para a análise são os relatos dos motivos para abandono pela necessidade de cuidar da casa, cuidar de parentes ou filhos em 48% das respostas. Situação que atinge jovens de baixa renda e não as camadas sociais mais elevadas. Estes números revelam o impacto da crise econômica sobre as famílias. O jovem necessita trabalhar para ajudar no sustento da casa uma vez que há um desemprego histórico no país: 73 milhões de pessoas sem ocupação, vítimas das demissões massivas que ocorrem em todos os setores atém do empobrecimento geral da população brasileira diante do aumento do custo de vida durante a pandemia.

A necessidade de abandonar o estudo para trabalhar aponta para um futuro de aprofundamento da desigualdade educacional e que se refletirá também na desigualdade social. Estima-se que o rendimento de um trabalhador com nível superior seja 30% maior que um trabalhador com nível médio. É uma geração de jovens excluídos de um sistema educacional que nunca foi democrático em seu acesso, porém incluiu de maneira muito tímida a classe trabalhadora nas universidades em período recente.

Diante da crise econômica, a exclusão do jovem pobre do acesso ao estudo é a condenação de uma geração à certeza de uma vida sem perspectivas de melhorias sociais e econômicas.

A única saída para a juventude neste momento é o acesso universal ao ensino, sem processos seletivos que excluem os menos favorecidos, o boicote ao ensino à distância, que também privilegia os mais ricos, e acima de tudo a garantia de renda para as famílias para que o jovem possa estudar sem ter que assumir o papel de provedor do lar devido ao desemprego de seus pais.

 

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