Nesta segunda quinzena de julho, 242 mil empresas no brasil reduziram o quadro de empregados em relação a quinzena imediatamente anterior. Dessas empresas, 68,4% reduziram o seu efetivo de funcionários em até 25%. Os números são da Pesquisa Pulso Empresa: o impacto da Covid-19 nas Empresas, que compunham as estatísticas experimentais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, esses dados estatísticos podem ser muito maiores.
Segundo coordenador de Pesquisas Conjunturais em Empresas do IBGE, Flávio Magheli, no cenário atual existem dificuldades para as empresas manterem o seu quadro de funcionários: “A gente tem um saldo positivo (de vagas) apontado pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), mas os números quantitativos absolutos de desligamentos ainda são elevados”. É importante observar que os dados do Caged, divulgados recentemente destoam completamente das informações, tanto do próprio IBGE, quanto pela Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD), conforme artigo desse mesmo diário.
A mesma pesquisa aponta que 33,1% das empresas enfrentaram dificuldades na sua capacidade de fabricar produtos ou atender clientes. Ou seja um terço das empresas do Brasil tiveram problemas para manter suas atividades durante essa segunda quinzena de julho.
Um outro ponto importante registrado na pesquisa é que 38,9% das empresas enfrentaram dificuldades para quitar as suas despesas de rotina. Ou seja, um número muito significativo de quase quase 40% das empresas brasileiras não conseguiram pagar suas despesas de funcionamento em dia.
Esse quadro desolador é o cenário atual da economia brasileira, uma realidade assombrosa de crise econômica e social, onde a pandemia está sendo usada como pretexto para demissão em massa. Esse cenário, contrariando toda a balela de Bolsonaro e Guedes, só aprofundou-se com a Medida Provisória 936, que instituiu o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. Essa MP imponha medidas trabalhistas complementares para enfrentar a calamidade provocada pela pandemia de covid-19, permitindo redução salarial e suspensão de contrato de trabalho, para supostamente evitar-se as demissões.
Na realidade os dois problemas, crise sócio-economia e demissões, supostamente combatidos pela política anti trabalhista do governo golpista Bolsonaro, estão presentes no dia a dia do país com dimensões não vistas a décadas e só ganharam tamanho com a política golpista
Somente a superação da política golpista pela mobilização poderá trazer uma solução para a situação do país. Em outras palavras só a mobilização massiva poderá afastar o fantasma do desemprego que assola a classe trabalhadora.