O desemprego no Brasil atinge taxas alarmantes. São, atualmente, 12,4 milhões de desempregados, segundo os números do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Houve um leve recuo, de 0,2% em relação ao trimestre anterior, que na verdade não pode ser comemorado. Os últimos dados disponíveis sobre as condições de trabalho mostram que o “custo unitário do trabalho” caiu 16% em 2018, ou seja, os patrões estão gastando um sexto a menos com cada trabalhador. Em síntese, enquanto o desemprego fica na casa dos 12%, com leves oscilações, as relações de trabalho se tornam cada vez mais desfavoráveis para o empregado.
Além disso, um outro contingente de tamanho parecido, 11,9 milhões, são empregados do setor privado sem carteira assinada. São 280 mil pessoas a mais, trabalhando sem direitos, do que no ano passado. E também subiu para 24,4 milhões (1 milhão a mais do que em 2018) o número de trabalhadores por conta própria, ou seja, que se encontram à beira do desemprego, fazendo bicos, em serviços inconstantes. O número de “desalentados”, ou seja, que desistiram de procurar emprego, permaneceu estatisticamente estável, em cerca de 4,6 milhões de pessoas.
O que realmente não subiu foram os trabalhadores com carteira assinada, permanecendo na casa dos 33,2 milhões, mostrando que, embora o contingente populacional aumente, os empresários não estão nem um pouco interessados em contratar empregados numa situação de maior estabilidade e garantias dignas.
Somando-se desempregados, desalentados, trabalhadores por conta própria e sem carteira assinada, tem-se um contingente de cerca de 53 milhões de pessoas – mais da metade da população economicamente ativa. Some-se a este número milhões de crianças e adolescentes, abaixo de 18 anos, que não são considerados desempregados mas dependem e sofrem com a situação destes trabalhadores. Trata-se de uma população em situação bastante precária, potencialmente explosiva. E não há perspectivas de melhora no atual regime golpista, bolsonarista e neoliberal.