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Desemprego, carestia, terror

Desemprego e carestia: a marca registrada do governo Bolsonaro

O capitalismo quer mais dos trabalhadores, quer pagar menores salários e impedir revoltas, o desemprego é uma das armas que usa.

Entre as mentiras contadas pelo presidente golpista na ONU e que seus assessores de Twitter publicaram na terça-feira (23), está que o Brasil “é um dos países que melhor desempenho teve na manutenção de empregos e auxílio aos necessitados” durante a pandemia do covid-19 (Brasil 247, 23/9/20).

Para aqueles que tratam esse governo como um período de normalidade democrática essas mentiras deslavadas acabam chocando. Para quem sabe que está não é um período democrático, mas um momento de lutas onde os golpistas de extrema-direita, com forte expressão fascista, estão ganhando mas ainda não definiram o jogo, as mentiras cotidianas são parte da estratégia da extrema-direita aqui no Brasil e em todos os demais países em que aplicou golpes semelhantes ou está tentando fazê-lo. E é este o sentido de falar que o governo mantém os postos de trabalho. Mentir, enganar, confundir.

Já publicamos várias vezes aqui no DCO os resultados das pesquisas mensais de emprego e as Pesquisas por Amostra de Domicílio que o IBGE faz. Nesta terça-feira (23), novamente o IBGE mostrou que o desemprego aumenta. Desde maio, segundo o órgão de estatística, o desemprego aumentou 27,6%, 2,9 milhões a mais que em maio, chegando a 12,9 milhões. Sendo que no Nordeste a taxa é de 15,7%, no Norte é de 14,2% e no Sudeste de 14%. As menores taxas são do Centro-Oeste (12,2%) e Sul (10%). Em números absolutos, a região Sudeste é aquela que concentra o maior contingente de desempregados (46,7%). O desemprego é maior entre as mulheres (16,2%) que entre os homens (11,7%) (G1, 23/9/20).

Essa taxa de desemprego é calculada a partir de critérios que funcionam para alguns estudos, mas não correspondem à realidade dos trabalhadores, já que conta como sendo desempregado aquela pessoa que não fez nada na última semana e ficou procurando emprego. Se o trabalhador desempregado fez um bico de entregador ou de ajudante de pedreiro em uma obra informal e não procurou emprego de torneiro mecânico, sua especialidade, ela não aparece como desempregado. Nem aparece como desempregado aquele trabalhador que está fora do mercado de trabalho há dois ou três anos e de tanto procurar emprego diz para o entrevistador que já desistiu, pois não vai conseguir mesmo. Esse é chamado de desalentado e não de desempregado.

Por isso, o levantamento do IBGE mostrou que em agosto, 27,2 milhões de trabalhadores (que estão sem emprego) disseram que gostariam de trabalhar, mas não foram considerados desempregados por não terem procurado emprego a maior parte do tempo. Então podemos fazer a conta. Podemos somar os 27,2 milhões que querem trabalhar mais os 12,9 milhões que estão procurando emprego e por isso são chamados de desempregados. Temos 39,1 milhões de trabalhadores desempregados. Este é o tamanho da tragédia que assola o país, mas que faz os bilionários crescerem suas fortunas em cerca de R$ 177 bilhões durante a pandemia (G1, 27/7/20).

Mas, mesmo assim, esses 39,1 milhões de desempregados ainda não são todos os que verdadeiramente podem ser considerados desempregados e compõem o que chamamos de “exército industrial de reserva”. Os subempregados com salários miseráveis e super-explorados, que não conseguem se soltar do círculo vicioso que os prende em trabalhos aviltantes, são uma massa que precisa ser incorporada a esse conjunto dos desempregados. Sua existência prejudica a todos, pois como está em uma situação degradante e aceita qualquer salário e qualquer condição de trabalho somente para sobreviver mais um dia, acaba fazendo com que os salários em geral caiam, pois os capitalistas vão oferecendo menos e menos, enquanto tiver gente aceitando.

É por isso que os golpistas deram prioridade às leis que tiraram direitos e garantias dos trabalhadores. A reforma trabalhista foi a primeira. Passou no Congresso Nacional como sendo uma oportunidade para gerar empregos, mas se sabia que era para gerar miseráveis lutando contra miseráveis em troca de migalhas cada vez menores.

Isso que estamos vendo agora. E é por isso que a Fundação Getúlio Vargas anunciou que os trabalhadores tiveram um queda de 20,1% na renda. Essa queda na renda é uma média, um grande contingente teve queda substancial, que os colocou novamente no Mapa da Fome. “Segundo dados do IBGE, divulgados em 17 de setembro, o número de brasileiros que enfrentam insegurança alimentar grave subiu 43,7% em cinco anos” (José Álvaro de Lima Cardoso, OutrasPalavras, 23/9/20).

O governo do golpista Bolsonaro segue o mesmo padrão e os mesmo interesses que vimos no governo FHC. Quer destruir a capacidade de luta dos trabalhadores gerando um desemprego que desmoraliza, atemoriza e desmotiva os trabalhadores à luta, enquanto destrói suas organizações de luta e coopta lideranças pelegas ou fracas. Por isso ainda não desistiu de instituir a Carteira de Trabalho Verde Amarela, sem salário mínimo, sem férias, sem 13º, sem Previdência e sem FGTS. Sem direitos, argumentando que “trabalhador não quer direitos, quer emprego”, como sempre repete o Bolsonaro e o Guedes, ministro da Economia adorador do ditador fascista Pinochet.

O que está sendo feito no Brasil, repete o mesmo roteiro do que está sendo feito no mundo inteiro, começando pelos países atrasados ou pouco desenvolvidos, pelo imperialismo. A sede de riqueza dos capitalistas é insaciável, por isso, sua necessidade de explorar os trabalhadores ao máximo, reduzindo seus salários, aumentando a exploração e contendo sua capacidade de luta.

A fome e a miséria retornam ao Brasil, na forma da carestia (preços altos, principalmente de alimentos), na forma do desemprego e na forma de uma violência crescente da polícia contra trabalhadores nas periferias, na tentativa de produzir o medo e o terror. Uma coisa ligada na outra.

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