Com o aumento da crise capitalista, agravada pela pandemia do coronavírus, cresce o número de desempregados no país. Em novembro o número de brasileiros desempregados chegou a 14 milhões, de acordo com a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios. Desde maio, o número de desempregados cresceu mais de 4 milhões, um aumento de 38,6%, desde o início da pesquisa que busca apurar o resultado da pandemia no país. Este número apesar de alarmante, ainda não reflete o verdadeiro cenário de calamidade pelo qual passa o país. A taxa de informalidade no país aumentou no final do terceiro trimestre deste ano, atingindo 38,4%. Isso quer dizer que mais da metade da força de trabalho no país está desempregada ou fazendo bicos. Isso sem contar, aquelas pessoas que estão aptas a trabalhar, mas já desistiram de procurar emprego.
A política de rebaixamento dos salários dos trabalhadores e o aumento do desemprego e informalidade, são obra do projeto neoliberal do governo golpista de Bolsonaro. Não apenas deste, mas é uma obra conjunta dos golpistas que pretendem jogar o custo da crise nas costas dos trabalhadores, e isto, para salvar os banqueiros e grandes capitalistas. A transferência de renda feita pela dita reforma da Previdência, trabalhista, tributária e outras, é o maior assalto da burguesia contra a classe operária. Os números que já deixam claro a total falência do Estado nacional, em garantir o mínimo para os trabalhadores tende a ser ainda mais tenebroso com o fim do auxílio emergencial. As duas regiões que concentram os maiores percentuais de domicílios recebendo o auxílio emergencial, Norte e Nordeste, são também aqueles com maior taxa de desocupação. Neste cenário, sem emprego e sem o auxílio, a população ficará jogada a própria sorte.
Com o aumento dos casos de coronavírus, cresce a repressão dos governos estaduais e municipais a população. Agora, além de desempregada e sem qualquer tipo de política econômica que garanta o mínimo, a popualação ainda sofre com a pandemia e aumento da repressão. O imobilismo da esquerda institucional só torna o cenário ainda mais complexo. Não há outra forma de combater essa política de fome e miséria, senão a mobilização dos trabalhadores contra os golpistas que pretendem levar adiante essa política. É preciso contrapor essa política com pautas que são de interesse dos trabalhadores, como redução da jornada de trabalho, para que todos possam trabalhar, aumento dos salários e a garantia dos direitos políticos do presidente Lula. Já ficou demonstrado nas eleições municipais e nas últimas eleições federais, que não há solução para o povo quando há aliança da esquerda com a burguesia, já que foi essa mesma burguesia que garantiu e sustenta essa política genocida.