Com o crescimento da informalidade e desemprego, vem aumentando nos últimos dois anos, principalmente nos últimos meses, o número de trabalhadores que precisam se sujeitar a trabalhos ambulantes nos metrôs, trens e ônibus. O aumento de trabalhadores nesses setores aumenta também a concorrência na venda e a repressão por parte da polícia e de seguranças de órgãos como a CPTM.
O trabalho é considerado ilegal fazendo com que frequentemente os trabalhadores sejam obrigados a entregar suas mercadorias à policiais e seguranças, além de muitas vezes apanharem, serem presos e sofrerem processos. Ou seja, a crise resultado da política neoliberal é feita pelos capitalistas, que em seguida reprimem a população que tenta sobreviver e se sustentar.
A maior parte da população que tem de se sujeitar a trabalhos degradantes como estes é formada por negros. Como a resposta a esse tipo de serviço é a repressão, fica mais uma vez evidente o caráter classista e racista que adquirem os órgãos de repressão policial no Brasil, que persegue a população negra e pobre trabalhadora.
Muitas das trabalhadoras que têm de trabalhar como ambulantes nesses setores, tem de levar seus filhos junto, por falta de creches e de condições para deixar as crianças com outras pessoas. O trabalho infantil também tem crescido, fazendo com que se encontrem cada vez mais crianças trabalhando como ambulantes em trens, metrôs e ônibus para ajudar às suas famílias.
O número de pessoas se sujeitando a este tipo de serviço é o resultado direto da política econômica que vem sendo imposta pela população desde o golpe de 2016, no início com a reforma trabalhista de Temer e depois com a política neoliberal de Bolsonaro, Paulo Guedes e os demais golpistas.
A esquerda precisa reagir, exigindo o “Fora Bolsonaro e todos os golpistas”, propondo a diminuição da jornada de trabalho sem a diminuição no valor do pagamento aos trabalhadores, para assim combater o desemprego da população.