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Anestesia eleitoral

Desemprego atinge novo recorde enquanto pandemia “volta”

Dados oficiais do IBGE e do Ministério da Saúde revelam uma parte da realidade que a imprensa burguesa e os golpistas ocultaram durante as eleições de 2020

O desemprego bateu novo recorde no País. Já são mais de 14 milhões de brasileiros atingidos, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto o desemprego cresce, os óbitos e a contaminação por coronavírus “voltam” rumo aos 200 mil mortos, numa crise sem fim.

A pesquisa do IBGE mostra que a taxa de desocupação no último trimestre (julho-setembro) de 2020 foi a mais alta da série histórica iniciada em 2012! Em 14,6%, o equivalente a 14,1 milhões de pessoas, a população desocupada subiu 1,3 milhão de pessoas (10,2%) frente ao 2ª trimestre, onde haviam 12,8 milhões desocupadas. Quando comparada ao mesmo trimestre de 2019, a situação é ainda pior, foram mais 1,6 milhão de pessoas que ficaram desocupadas (12,6%).

Paralelamente, a população ocupada, 82,5 milhões de pessoas, que já tinha chegado ao seu patamar mais baixo da série histórica, perdeu mais 880 mil pessoas (1,1%) em relação ao trimestre anterior. Foram mais de 11,3 milhões que perderam sua ocupação, comparada ao mesmo trimestre de 2019 (12,1%). Fazendo com que o nível de ocupação chegue em 47,1%, o nível mais baixo da história do País!

Como o governo oculta o verdadeiro número de desempregados?

Apesar de serem espantosos, os dados oficiais do IBGE só mostram uma parte do problema. Isso porque a entidade considera na taxa de desemprego “as pessoas com idade para trabalhar (acima de 14 anos) que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar trabalho.”

Logo, “para alguém ser considerado desempregado, não basta não possuir um emprego”. Vejam só! Segundo o próprio órgão governamental “um universitário que dedica seu tempo somente aos estudos, uma dona de casa que não trabalha fora ou uma empreendedora que possui seu próprio negócio” não são considerados desempregados.

A metodologia do IBGE utilizada na PNAD Contínua considera o estudante e a dona de casa como pessoas “fora da força de trabalho”, já a empreendedora é considerada “ocupada”, mesmo que ela tenha iniciado um negócio após ter perdido o emprego numa empresa, por exemplo.

O próprio IBGE revela porque o número de desempregados é muito maior que o oficial:

“A PNAD Contínua é a nossa pesquisa que mostra quantos desempregados há no Brasil. Nela, o que é conhecido popularmente como ‘desemprego’ aparece no conceito de ‘desocupação’.”

Desta forma, enquanto o IBGE diz que 14,1 milhões de desempregados, são mais de 79 milhões de desocupados! O próprio órgão reconhece que os desocupados são as pessoas “popularmente conhecidas como desempregadas”, ou seja, “as pessoas que não estão trabalhando, porém tomaram alguma providência efetiva para encontrar trabalho e estão disponíveis para assumi-lo, caso encontrem”.

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A pandemia de coronavírus só escancarou os problemas crônicos que a economia já vinha apresentando sob o comando dos golpistas.

Com todas essas manobras, o número de desempregados real – ou seja, pessoas que estão sem ocupação e renda – pode ser medido ao somar o número de desocupados com o de trabalhadores fora da força de trabalho. O que resulta em mais de 92 milhões de pessoas! Este é número mais próximo da realidade que o governo golpista de Bolsonaro e a burguesia que o elegeu escondem.

A amnésia eleitoral

Não por acaso, tanto a questão do desemprego como a da pandemia, foram completamente ocultadas nas eleições. Enquanto esconde a destruição na economia, dos mais de 90 milhões de desempregados, o governo atinge em dado oficial da pandemia mais de 172 mil mortos por coronavírus!

Isso porque, como se não bastassem os dados do IBGE, os casos de infecções e mortes por coronavírus seguem subindo. Neste sábado (28) o boletim do Ministério da Saúde exibiu 172.561 mortes por coronavírus e 6.290.272 infectados!

Isto explica porque durante a campanha falou-se muito sobre tudo que se possa imaginar, de temas superficiais e mediocridades municipais infinitas. Dos buracos de rua ao auge da demagogia eleitoral, com candidatos propondo a criação de milhares de empregos, auxílio emergencial municipal (de prefeituras totalmente quebradas), entre todo tipo de loucura que se possa imaginar.

A imprensa burguesa e os candidatos da direita golpista e da extrema direita, não por acaso, fugiram do desemprego e da pandemia como o diabo foge da cruz! Uma verdadeira fuga da realidade, que a burguesia e os golpistas querem de todo o jeito esconder.

Este fato, no entanto, traz duas certezas. Ninguém sabe quantas pessoas morreram efetivamente de coronavírus no País, mas foram muitos mais do que 172 mil brasileiros!

Este nível de degradação é o retrato da fase em que o capitalismo se encontra. O regime não consegue manter uma parte da população viva, extermina as pessoas através de epidemias, pandemias, guerras e repressão. A parte da população que sobrevive às atrocidades do regime, a economia capitalista não consegue nem explorá-las através do trabalho. Sem conseguir executar estas premissas básicas do capitalismo de outrora, da produção e reprodução da mais valia, a crise econômica e a pandemia do coronavírus vieram para escancarar que a economia capitalista chegou numa fase crônica rumo a sua dissolução completa.

Este dado concreto da economia se expressa também na debilidade do regime político. Desde o golpe de Estado de 2016, o País vem enfrentando talvez a pior crise de sua história, o que evidencia a necessidade de uma mobilização da classe trabalhadora e abre caminho para que a maioria da população, que é vítima desse regime apodrecido e imune a mudanças, organize-se e intervenha para a defesa de seus interesses e de um governo voltado às suas necessidades de classe.

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