No último dia 3, a Confederação Brasileira de Futebol, a CBF, admitiu um erro do arbitro de vídeo, o VAR, em jogo disputado entre Internacional e Palmeiras, pelo campeonato brasileiro, no último dia 29 de setembro. Durante a partida, o time paulista teve um gol anulado, após o juíz do jogo, Braulio da Silva Machado, anular o que seria gol da virada palmeirense, tendo como auxilio o VAR.
A reclamação partiu da direção do clube paulista, de seu presidente Maurício Galiote, que chegou a participar de uma reunião na CBF com o chefe da arbitragem da entidade, Leonardo Gaciba. A reclamação do clube paulista é de que o juíz, além de anular o gol, teria dado posse de bola para o clube gaúcho, quando na realidade deveria ter anotado falta para o time alviverde, o que foi reconhecido pela CBF.
Fato é que o caso é mais uma demonstração da verdadeira farsa que é o VAR. Implementado com o objetivo de impor a “ética” no futebol, acabar com os “erros”, etc, o VAR, na realidade tem atuado de forma completamente oposta, como não poderia deixar de ser. Trata-se de uma verdadeira ingerência externa sobre o jogo que é disputado nas quatro linhas. Casos absurdos e grotescos, como o da última partida da semi-final da Libertadores da América, onde o Flamengo teve três gols anulados pelo arbitro de vídeo, estão virando moda. O que na prática só contribui para aumentar a crise e a rejeição de jogadores, treinadores, torcedores ao controle imposto pelo VAR.
Muito longe de estabelecer uma ética no futebol, o VAR abre caminho para a manipulação escancarada dos resultados. Vale lembrar que o VAR não é uma entidade isenta de controle e interesses. Ele está diretamente submetido aos interesses daqueles que setores que comandam economicamente e politicamente o futebol, como as grandes empresas do setor, além dos meios de comunicação. Isso ficou evidente, por exemplo, na Copa do Mundo, na qual a seleção francesa foi diretamente beneficiada, não pela atuação de seus jogadores, mas pela presença marcante do VAR em todos os seus jogos.
É preciso ter claro que o futebol é um dos esportes mais lucrativos do mundo atual, neste sentido a luta pelo controle dos lucros bilionários gerados por este esporte é cada vez mais intensa, uma luta travada pelos monopólios do ramo de materiais esportivos, pelos bancos, pelas empresas de comunicação, etc. Nada mais conveniente para estes setores do que utilizar o discurso de “combate à fraude” no futebol para impor justamente um instrumento de controle que ajude a fraudar de maneira “legalizada” as partidas em prol de seus interesses.
O controle do VAR sobre as partidas é uma verdadeira ação ditatorial que precisa ser combatida. É necessário impulsionar uma campanha contra a utilização deste instrumento nos jogos. Mobilizar torcedores e jogadores pelo Fim do VAR no futebol.