Nas últimas semanas o número de infectados e mortos pelo coronavírus tem ganhado força nas cidades do interior do país, o que deve levar a um massacre ainda maior para o classe trabalhadora e população pobre. Isto porque é no interior que a precarização do sistema de saúde sucateado pelos capitalistas fica mais evidente, onde os serviços de saúde pública oferecidos são insuficientes e mesmo sem a pandemia obrigava milhares de pessoas a se deslocarem para as capitais em busca de atendimento médico.
Como resultado da ausência de atendimento médico eficiente para os moradores do interior , seja por falta de profissionais de saúde ou de equipamentos médicos, os infectados pelo coronavírus tem seus quadros de saúde agravados e precisam cada vez mais de acesso a tratamentos mais complexos para barrar os efeitos da doença que tem um alto nível de letalidade. Este tratamento mais complexo tem envolvido principalmente a internação dos pacientes em leitos de UTI presentes em apenas 6% das cidades brasileiras, e que por sua vez são praticamente inexistentes dos hospitais do interior, onde os pacientes precisam recorrer os poucos leitos que existem nas capitais já apinhados de pacientes dado o avanço da doença frente ao total descaso do poder público com o efetivo combate do coronavírus.
As razões pelas quais a doença tem avançado dos centros urbanos para o interior passam todas pelo que tem sido adotado pela estado burguês para o suposto enfrentamento do coronavírus em relação a população mais pobre e trabalhadora. A política do fica em casa disseminada com histeria pela burguesia não se sustenta mais nem para a própria burguesia que tem promovido a abertura das atividades e fim do isolamento social mesmo com o avanço das mortes pelo coronavírus.
Por outro lado no seu auge as medidas de isolamento da burguesia se mostraram uma verdadeira demagogia na medida em que nunca favoreceram à classe trabalhadora pois mesmo com todos os riscos de contaminação os trabalhadores continuaram sendo obrigados a se espremer em transportes públicos lotados para ir trabalhar, em sua grande maioria sem receber nenhum tipo de proteção dos patrões, muitos com salários reduzidos e perda de direitos trabalhistas.
Não se viram medidas realmente capazes de proteger a população nem de efetivamente combater o vírus, o que se viu foi o dinheiro que deveria estar salvando o povo ir direto para os capitalistas para socorrer os bancos e grandes empresários durante a crise capitalista que se intensifica durante a pandemia. A política neoliberal adotada pela burguesia joga toda a conta de suas crises em cima dos trabalhadores que estão sendo obrigados a trabalhar durante a pandemia para resguardar os patrões mas não recebem sequer um hospital em condições dignas para tratar os infectados. E é isto o que tem levado o Brasil a um dos piores cenários da pandemia mundialmente com mais de 65 mil mortos.
O fenômeno que se verifica no interior guardadas as devidas proporções, é o mesmo que acontece em todo o país com a saúde pública que é destruída e que no interior encontra condições ainda piores, o que leva a consequências mais devastadoras para a população local com o crescimento dos infectados e mortos. Isto como resultado das iniciativas da burguesia para se proteger da crise capitalista às custas da exploração dos trabalhadores e do assalto que promove aos aparelhos que deveriam servir ao povo como é o caso da saúde pública.
Não por acaso a classe trabalhadora e o povo tem se levantado em todo o país contra estes ataques, uma vez que fica evidente que a única maneira de conseguirem que as suas necessidades sejam minimamente atendidas é travando uma luta contra a burguesia e a direita que em prol de seus próprios interesses estão matando a população aos milhares.