Neste sábado, dia 11 de janeiro, a República do Irã, em comunicado oficial, admitiu que o Boeing 737 da Ukrainian Airlines foi abatido por um míssil, por engano. Ainda segundo o comunicado, “a catástrofe foi provocada por um “erro humano”, mas sua origem foi o “aventureirismo” dos Estados Unidos” (Sítio RFI, 11/01) O Irã pediu desculpas pelo incidente. “A tragédia matou todas as 176 pessoas que estavam a bordo. A maioria das vítimas era iraniano-canadense, mas também havia britânicos, suecos e ucranianos no avião” (idem, 11/01).
A responsabilidade pela tragédia não pode ser imputada ao Irã, embora o artefato que atingiu a aeronave tenha partido de baterias aéreas iranianas. A situação de extrema tensão provocada pelas ameaças do imperialismo na região do Golfo Pérsico e em todo o Oriente Médio elevou ao nível máximo as tensões, exacerbando todas as tendências de conflito na explosiva região.
O disparo dos mísseis que atingiram o Boeing se deu poucas horas depois do ataque iraniano contra duas bases americanas no Iraque, em retaliação do País Persa à morte do general Soleimani. Em comunicado divulgado pela agência oficial iraniana de notícias, “o avião foi atingido no momento em que a ameaça inimiga se encontrava em seu mais alto nível” (idem, 11/01).
Neste sentido, as cento e setenta e seis pessoas mortas na tragédia do boeing ukraniano devem se somar às centenas de milhares de outras vítimas do imperialismo na região, cuja presença no Oriente Médio, há décadas, para fazer valer os interesses de rapina do imperialismo, vem resultando em guerras, ocupações, mortes, pilhagem e destruição de nações inteiras,
O imperialismo é a força política, econômica e militar que vem impondo o terror, o pânico e a ameaça a todos os povos, intensificando sua presença e suas guerras de conquista para tentar minimizar o impacto da descomunal crise do capitalismo, que caminha para uma situação de catástrofe em todo o mundo.
Os episódios recentes que vem marcando o conflito no Oriente Médio, assim como nas demais regiões do planeta, são reveladores da incapacidade histórica do capitalismo em oferecer uma saída progressista para a etapa de crise em que se encontra o modo de produção lastreado na propriedade privada dos meios de produção. O “capitalismo de catástrofe” não se coloca não como uma “opção”, mas como uma necessidade que decorre da própria evolução – e também do impasse – em que se encontra o sistema, da agudização das crises cíclicas do capital e do acirramento cada vez mais das contradições inerentes ao próprio modo de produção capitalista.
Culpados
O Estado-Maior iraniano garantiu à população que o “responsável” pela tragédia será levado “imediatamente” à Corte Marcial e que o fato não se repetirá. “Garantimos que, com as reformas fundamentais nos processos operacionais das Forças Armadas, tornaremos impossível a repetição de erro semelhante”.