A Federação Única dos Petroleiros (FUP) denunciou, na última quarta-feira (18) que a Transpetro, uma subsidiária da Petrobras, no dia anterior, emitiu ofício passando, mais uma vez, por cima do Acordo Coletivo dos Trabalhadores (ACT), supostamente para proteger os trabalhadores, sem conversar com os sindicatos/FUP. Conforme o ACT, toda a decisão referente aos trabalhadores, não pode ser realizada sem que haja reunião entre a direção da Estatal e os representantes dos petroleiros que, em assembleias deliberam sobre o assunto.
Conforme documento do próprio RH da Transpetro, será imposto, de “forma unilateral” o turno de 12 horas, confirmando que, ao estilo do governo golpista do fascista Jair Bolsonaro, não tem conversa, que os trabalhadores devam acatar simplesmente, como se fossem objetos quaisquer e, as condições de trabalho e formas para se adequar dos petroleiros, diante da crise pelo coronavírus, não os dissessem respeito, apesar de serem eles, os principais interessados.
Os sindicatos da FUP emitem documento onde ressaltam os pontos, os quais firmados e que estão sendo ignorados pela Transpetro:
1 – A unidade de setores sociais, na presente emergência sanitária, pressupõe o respeito recíproco e a “observância da Democracia, do Pluralismo e do Dialogo Social;
2 – A medida de imposição unilateral do turno de 12h a um só tempo viola todos esses primados, enquanto rasga o Acordo Coletivo de Trabalho firmado pela Transpetro em quatro de novembro de 19, no Tribunal Superior do Trabalho, o qual, em sua cláusula 38, Parágrafo único, admite tal alteração… “mediante negociação coletiva de trabalho com o respectivo sindicato local.”
Isto posto, a Federação Única dos Petroleiros exorta a Transpetro a:
– Cancelar imediatamente a impensada medida;
Recentemente, por conta do desrespeito da direção da Petrobras, também de forma unilateral, ao acordo coletivo da categoria, de trabalhadores, por conta da demissão dos trabalhadores da Fafen/PR, realizaram uma greve que teve duração de 20 dias e vinha crescendo a cada dia, chegando a atingir 121 unidades e, apesar do seu crescimento, acabou sendo encerrada, ficando nas mãos do golpista, da Opus Dei e ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Martins Filho o destino desse combativo movimento.
Agora, com relação coronavírus acontece o mesmo. A empresa determinada medidas de fachada, absolutamente inócuas.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outros sindicatos cancelaram as manifestações previstas para o dia 18/03 sob o argumento de combate ao coronavírus, quando se vê que dentro dos próprios locais de trabalho o operários estão à mercê dos patrões que só querem preservar seus lucros.
Medidas efetivas contra o coronavírus só podem ser tomadas na mobilização dos trabalhadores. Caso os sindicatos e a CUT não apontem de imediato, de fato, a mobilização dos trabalhadores contra essa catástrofe que ameaça os trabalhadores, a expansão do vírus agravará em muito as já péssimas condições de trabalho.