É preciso deixar claro que o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) já está sendo atacado pelo governo do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro. Este diário vem denunciando que a Polícia Federal está invadindo escolas rurais do MST, aldeias e ocupações indígenas no Rio Grande do Sul (denunciado pelo Conselho Idigenista Missionário), além do fechamento de escolas do MST por “falta de verbas” nos Estados controlados pela direita. Diante desses ataques, soma-se mais um em curso pelo deputado federal ruralista Jerônimo Georgen: ele quer acabar com as vagas do curso de agronomia na Universidade Federal da Fronteira Sul (SC) destinados aos Beneficiários do Programa Nacional de Educação para Áreas de Reforma Agrária (Pronera), programa que foi instituído pelo ex-presidente Lula em reconhecimento da necessidade de capacitação técnica daqueles que efetivamente trabalham na terra.
O programa instituído pelo ex-presidente Lula, em 2010, garantia o oferecimento de 50 vagas no curso de agronomia aos jovens e adultos dos projetos de assentamento criados e reconhecidos pelo Incra, quilombolas e trabalhadores acampados cadastrados na autarquia, e beneficiários do Programa Nacional de Crédito Funciário (PNFC) (Art. 13 do Decreto nº 7.352/2010). Contra esse benefício, o deputado Jerônimo Georgen disse que irá comunicar o Ministério da Educação e o Ministério da Agricultura para que extingua-o, deixando os jovens e adultos dos assentamentos sem esse direito.
O deputado federal Jerônimo Georgen (PP-RS) é líder da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Sendo um ruralista, ele quer retirar todos os direitos das populações que lutam pela terra e pela reforma agrária. É preciso lembrar que sua maior artimanha é a elaboração, em 2018, do projeto de lei que criminaliza os movimentos sociais, entre os quais, o MST e o MTST, classificando-os como terroristas. É um verdadeiro capacho dos latifundiários, um jagunço na Câmara de Deputados, um fascista que já está destruindo a organização dos trabalhadores do campo, enquanto “trabalha” contra o povo debaixo do ar-condicionado.
Desde o golpe de 2016, a prisão sem provas do ex-presidente Lula e a vitória fraudulenta de Jair Bolsonaro, ocupando a presidência do país, já estava claro o ataque da esquerda e dos movimentos sociais. A presente etapa recai na anulação dos direitos e na criminalização do MST e dos movimentos sociais em geral. Os jagunços dos latifundiários e a polícia têm, neste governo, carta branca para assassinar os “terroristas” dos trabalhadores que lutam pela terra. As instituições que ofereciam garantias mínimas, como o INCRA, já estão tomadas pelos militares, os quais negaram o atendimento do instituto aos movimentos que lutam pela terra, alegando que, como não são empresas, são invasores de terras.
Frente aos ataques da extrema-direita, os trabalhadores precisam se organizar em comitês de auto-defesa, uma vez que as instituições não irão garantir o mínimo de segurança contra a perseguição dos jagunços e da polícia. É preciso, em linhas políticas gerais, mobilizar-se contra o golpe, contra a direita e a extrema-direita, reunir os trabalhadores na palavra de ordem “Fora Bolsonaro e todos os golpistas!”.