A questão do aborto no Brasil é um tema polêmico e que vem sendo tratado, cada vez mais, baseado em religião, moralismos e de forma policialesca. Constantemente, a direita que tomou o Brasil de assalto tenta endurecer mais ainda a legislação sobre o aborto, querendo punir as mulheres por um crime que é consequência da política capitalista e direitista, que incentiva a população a ser cada vez mais agressiva uns com os outros. Agora, uma deputada federal do PSL quer obrigar as mulheres que engravidaram depois de um estupro, a dar prosseguimento na gestação, excluindo o direito ao aborto.
Christiane Tonietto (PSL-RJ), juntamente com Filipe Barros (PSL-PR), propuseram um projeto de lei que quer alterar a legislação que dá o direito às mulheres vítimas de estupro interrompam a gestação de forma legal e segura, com um médico. Ambos alegam que “não dá pra ‘desestuprar’ uma mulher” e que não é necessário “matar” o embrião já que o estuprador poupou a vida da mulher. O argumento é de um tamanho absurdo sem igual, claramente conivente com o estuprador.
O texto proposto ainda diz que: “O autor do estupro ao menos poupou a vida da mulher, senão ela não estaria grávida. Pergunta que não quer calar: é justo que se faça com a criança o que nem sequer o agressor quis fazer com a mãe: matá-la?”. Ao que parece, aborto é o tema principal de Christiane, uma advogada católica e que, claramente, coloca suas opiniões pessoas acima da lei e da principal questão, a saúde da mulher.
Obrigar uma mulher a ter um filho que é produto de um estupro é o maior absurdo da proposta e ao dizer que não quer legalizar o aborto mesmo em caso de estupro, ela está indiretamente sendo conivente com o estupro, afinal, a mulher estuprada deve ser punida. Esse projeto se torna mais grotesco ainda por vir de uma mulher, contudo, não surpreende para quem entende que essas lutas são uma questão de classe, não de gênero. Não existe “sororidade” no capitalismo.
Os conservadores estão tentando transformar o País numa colônia de exploração, onde a população é aviltada das piores formas possíveis e ainda têm que ficar caladas. Por isso, as mulheres da classe trabalhadora precisa se organizar em torno da luta por uma legislação que contemple o aborto livre, seguro e gratuito, sem pré-requisitos, sem julgamentos, moralismos e formas policialescas de lidar com a situação. Centenas de mulheres morrem todos os dias no mundo por causa de abortos inseguros, por isso, as mulheres devem se organizar para derrubar o golpe de Estado, lutar pelo fora Bolsonaro e pela liberdade de Lula.