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Piauí e Bahia

Depois do “lockdown”, esquerda quer lei seca

As medidas repressivas somente fortalecem o Estado burguês

Muito tem se discutido, tanto na imprensa burguesa, quanto neste diário, sobre o chamado “lockdown”. Para o primeiro, o “lockdown” seria uma espécie de esforço nacional de salvação contra o coronavírus, um sacrifício que os governos e os povos teriam de fazer para garantir que a epidemia não se desenvolvesse no país. Segundo vimos denunciando, no entanto, essa política não contribui em nada para um enfrentamento sério à doença, mas sim para tornar o Estado ainda mais antidemocrático e conseguir, por meio da força, impor uma condição de duríssimo ataque à toda a população de conjunto.

Essas medidas repressivas vêm sendo defendidas — e, em alguns casos, efetivamente aplicadas — pela esquerda nacional, mostrando que a falta de uma política independente coloca a esquerda invariavelmente a reboque da burguesia. No entanto, nos chamou particular atenção o fato de que, no estado do Piauí, governado pelo petista Wellington Dias, e no estado da Bahia, governado pelo também petista Rui Costa, as medidas de repressão chegaram ao ponto de imporem um “lei seca” sobre a população.

Em entrevista à imprensa burguesa local, Wellington Dias definiu assim a “lei seca”:

Vamos ter uma obediência à lei seca, pessoas vendendo bebidas em bares e aglomerados, com operações conjuntas das forças de segurança de garantir o cumprimento da lei e da ordem.

O próprio uso do termo “da lei e da ordem” já dá mostras de que essa operação é, na verdade, uma operação da direita — ou melhor, da extrema-direita. A política da esquerda, de um ponto de vista democrático, em toda a história, nunca foi o de reprimir a população. A “lei e a ordem”, como bem foi visto durante todo o período da ditadura militar de 1964-1985, só serviu para que a burguesia impusesse um regime de terror sobre toda a população.

Se irmos ainda mais a fundo no que é que “lei e ordem” querem dizer, chegaremos à conclusão de que o que o governador piauiense está defendendo nada mais é do que o uso da polícia sobre a população. Ou seja, o que o governo pretende fazer é utilizar os inimigos de classe dos trabalhadores, aqueles que reprimem suas manifestações, que atacam na prática seu direito de greve e que assassinam seus irmãos nas periferias, seriam os grandes responsáveis por combater o coronavírus.

A extrema-direita gosta de utilizar a polícia contra o povo porque, para ela, não é possível educar o povo. O povo, afinal, não seria capaz de se mobilizar em torno de seus interesses, pois os interesses da direita nada têm a ver com os do povo. Por isso, ao invés de educado, o povo deveria ser combatido. Essa não deveria ser a posição da esquerda, mas é essa a base sob a qual o governador piauiense estabelece sua política: o governador acha que a culpa de o coronavírus estar se espalhando é do povo, então precisa usar a repressão estatal para enquadrar o povo. Proibir tudo, perseguir e controlar.

A esquerda, assim, chega ao absurdo de proibir o povo de consumir bebidas alcoólicas medida essa que não por acaso já foi adotada pela direita em várias oportunidades e que é utilizada nos estádios de futebol para proibir o povo de se confraternizar. Mas ninguém fala em reprimir os capitalistas que obrigam o povo a trabalhar…

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