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Vacinação

Depois do BolsoDória, o BouloDória?

Ex-candidato à prefeitura de São Paulo rasga elogios a governador tucano

Em sua coluna mais recente encomendada pelo jornal golpista Folha de S.Paulo, Guilherme Boulos, candidato derrotado nas eleições municipais de 2020, rasgou elogios ao governador tucano João Doria:

“Nunca tive problemas para reconhecer méritos em adversários políticos. Doria teve um papel importante na defesa da vacina, em contraponto ao negacionismo”.

O “importante papel” ao qual Boulos faz referência é o de ter escolhido, para o principal centro político da América Latina, a vacina menos eficiente e mais cara contra a COVID-19, depois de ter matado nada menos que 50 mil paulistas durante a pandemia. Doria, assessorado diretamente pelo pai de Guilherme Boulos, Marcos Boulos, abriu a economia no pior momento da pandemia, se negou a construir um único hospital, não forneceu testes para a população e ainda aproveitou o momento de desmobilização para impor um duríssimo ajuste fiscal.

Não, Doria não teve “importante papel” algum no combate à pandemia, muito menos na vacinação. A vacina, inclusive, foi desenvolvida pelo Instituto Butantan, um órgão público que, no que dependesse de Doria, já estaria privatizado muito tempo atrás. Os aplausos de Boulos, portanto, não são para o mérito científico de Doria, e sim para o seu mérito político.

No mesmo texto, o burocrata do MTST, talvez demasiadamente embriagado na sua própria demagogia com o governador tucano, afirmou que: “numa situação única no mundo, o governo foi o principal adversário da vacinação”. A realidade é exatamente oposta. Em todo o mundo, durante, pelo menos, os últimos cem anos, os governos sempre foram os principais adversários da vacinação ou de qualquer progresso da sociedade. Os governos, na atual etapa de decadência capitalista, servem apenas para administrar os negócios falidos dos capitalistas, e não para promover qualquer tipo de progresso. Isto é, ao invés de organizar a sociedade para combater qualquer pandemia, o papel de qualquer governo durante a fase imperialista do capitalismo é a de garantir que os bancos permaneçam lucrando mesmo diante das piores crises.

Essa ignorância histórica de Boulos, contudo, não é despropositada. Seu objetivo é claro: usar a vacinação para levar adiante a propaganda da burguesia de que Bolsonaro seria o “mal maior” do País. Em outras palavras: utilizar Bolsonaro como “espantalho”, como um problema político único e específico, de modo a agrupar direita e esquerda em um mesmo polo. As teorias do “mal maior” e do “espantalho” sempre levam à mesma tática: a frente ampla entre a esquerda e os golpistas.

Ainda na mesma coluna, Boulos apresenta, despudoramente, a sua defesa da frente ampla:

“Estamos todos aliviados com o início da vacinação, e não estou entre aqueles que acham que devemos escolher quem pode ou não estar junto na luta contra Bolsonaro”.

Se Boulos não quer escolher quem pode ou não estar na luta contra Bolsonaro, seu critério é simples e óbvio: vale tudo na “luta contra o fascismo”. E se vale tudo, é necessário fazer duas correções: a frente já não é ampla, mas amplíssima, pois supera as alianças que setores da esquerda, a título de demagogia, procuram fazer sob o véu de “frente democrática”, e a “luta contra o fascismo” passa a ser a luta com os fascistas contra Bolsonaro, uma vez que na frente amplíssima, estaria incluído qualquer vigarista, até mesmo o próprio João Doria.

A posição de Boulos não surpreende. Logo no início da pandemia, o burocrata do MTST foi às redes sociais fazer campanha para que o povo não saísse de casa para se manifestar, jogando no colo de Doria e da direita nacional a iniciativa do combate à pandemia. Pouco depois, assinou manifestos e participou de eventos com toda sorte de golpista: Fernando Henrique Cardoso, Armínio Fraga, Demétrio Magnoli etc. Em um evento em que Boulos participou, o golpista Michel Temer chegou a ser convidado, mas acabou recusando o convite…

A vacinação em São Paulo, portanto, não é um fenômeno novo, nem mesmo uma vitória da ciência contra o “obscurantismo”. Pelo contrário: é uma operação podre de marketing, que tem como objetivo promover a direita nacional para suceder Bolsonaro na presidência. Enquanto Doria e Boulos festejam uma política de vacinação extremamente ineficaz, estabelecida sobre centenas de milhares de cadáveres, o povo no norte do País padece por falta de oxigênio!

Nenhum militante sério pode se deixar enganar por esse criminoso estelionato que está sendo organizado pela direita, com a colaboração aberta da esquerda. É preciso ter claro que a pandemia de coronavírus ainda está muito longe de ser extinguida no País: não há um plano claro de vacinação, nem uma garantia de que a vacinação será eficiente. É preciso, portanto, para evitar que o número de mortes se multiplique, derrubar imediatamente o governo Bolsonaro e todos os seus aliados nacionais e regionais, a começar pelo próprio BolsoDoria, inimigo número 1 dos trabalhadores de São Paulo, que agora procura faturar para si os lucros e dividendos da luta sincera do povo contra a extrema-direita fascista!

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