No dia de ontem, a Polícia Federal realizou mais uma operação integrante da Lava Jato, sob comando de Sérgio Moro, ex-juiz e atual ministro da Justiça do governo de extrema-direita, que ajudou a eleger após perseguir Lula e garantir sua prisão, com chancela da 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, a mesma de que Moro foi titular.
Essa operação tem por alvo principal filhos do ex-presidente Lula, sócios do grupo Gamecorp/Gol. A operação foi batizada de Mapa da Mina e teria o objetivo declarado de “aprofundar investigações sobre repasses suspeitos de mais de R$ 132 milhões realizados pelo grupo Oi/Telemar para empresas do grupo Gamecorp/Gol”.
Não custa lembrar que, para atingir o presidente Lula, a imprensa burguesa iniciou publicações que procuravam criminalizar as iniciativas empresariais dos filhos e colocar sob suspeita algumas delas como um chamariz para o Ministério Público e a Polícia Federal, ainda hoje fortemente alinhadas com o PSDB.
Assim, a mesma acusação da presente operação é similar àquela decorrente de investigação federal realizada em 2005, que resultou na abertura de duas ações contra Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha (foto), uma decorrente de inquérito civil correu em Brasília e outra, de um inquérito criminal, correu na Justiça de São Paulo. A primeira investigava se havia irregularidade na participação da Telemar na Gamecorp, a segunda para determinar se houve tráfico de influência do filho de Lula para a autorização da fusão entre Telemar e Brasil Telecom.
As duas foram arquivadas por falta de provas, inclusive apontando que foram iniciadas com base em matéria jornalística.
Em 2016, já por iniciativa da Lava-Jato, sob alegação (a partir de delação premiada) de que foram verificados novos aportes da Oi/Telemar à Gamecorp e à G4 Entretenimento, da qual Fábio Luis também é sócio majoritário, por meio do Grupo Gol, do empresário Jonas Suassuna. Mesmo sem comprovação a PF e o MPF afirma que foram aportados menos R$ 132 milhões na empresa de Lulinha. Como nunca chegaram a comprovar ilegalidade nas transações, não havia de fato ação penal, aliás nem denúncia. A atual operação teria o objetivo de “avançar” nesta investigação.
É bom lembrar que os quatro filhos do ex-presidente Lula, Fábio Luis, Sandro Luis, Luis Claudio e Marcos, já foram alvo de investidas da Polícia Federal e do Ministério Público.
Nesse ponto, é bom que se tenha claro que a ofensiva dos golpistas contra o ex-presidente Lula e, no limite, contra o Partido dos Trabalhadores e da esquerda em geral, não vai se encerrar sem resistência, sem luta, sem mobilização e ação continuada.
Lembremos que, mesmo diante de toda pressão já exercita e com algumas derrotas, a Lava Jato continuou sua atuação e o TRF-4 não só confirmou a condenação do ex-presidente no caso conhecido como “Sítio de Atibaia”, como aumentou sua pena.
A Justiça Eleitoral de Minas Gerais, com a atuação do Ministério Público e, antes disso, com muita pressão do Superior Tribunal de Justiça, condenou o ex-governador de Minas Gerais pelo PT, Fernando Pimentel, a 10 anos de prisão. Sem esquecer todos as demais ações contra ex-ministros do governo do PT, incluindo aquelas contra José Dirceu, Ricardo Berzoini, Ideli Salvati, Carlos Gabas, Jacques Wagner, Erenice Guerra, Edinho Silva, Guido Mantega, Paulo Bernardo, Gleisi Hoffman, Orlando Silva (PCdoB) e Agnelo Queiroz (que também era do PCdoB) chegando àquelas contra Lindberg Faria, Fernando Haddad e a ex-presidenta Dilma Rousseff. Some-se a isso a atuação da imprensa para validar a narrativa de corrupção do Partido dos Trabalhadores e suas lideranças e temos um quadro bem claro do que estamos enfrentando.
A perseguição ao filho do ex-presidente mostra que têm pressa e que não têm medo de manter sua jornada de perseguição para voltar a prender Lula ou inviabilizá-lo de vez e a seu partido. Mais que nunca, portanto, é preciso derrubar a Lava Jato e os agentes do imperialismo que a vem conduzindo todos esses anos. Isso somente pode ser levado a efeito pela mobilização popular contra o golpe.