A despeito das previsões da imprensa burguesa, o senador democrata Bernie Sanders desponta como principal candidato do partido para enfrentar Donald Trump, nas eleições deste ano. Auto-denominado “social-democrata”, Sanders não é novidade para quem acompanhou as eleições de 2016. Na ocasião, ele já era apontado como único candidato capaz de enfrentar o então estreante Donald Trump. Entretanto, a máquina do partido democrata, profundamente ligada ao regime norte-americano, preferiu a representante da direita do partido, Hillary Clinton.
Ao que tudo indica, a mesma operação está novamente em andamento. Segundo pesquisa realizada pelo jornal americano New York Times, há uma maioria de delegados democratas dispostos a evitar a escolha de Sanders, ainda que essa manobra possa fragilizar o partido. A depender do resultado das disputas internas que serão realizadas na próxima terça-feira (a “Super Tuesday”) a cúpula democrata cogitaria convocar convenções intermediárias, um mecanismo de distensão que enfraqueceria o partido para as eleições presidenciais.
As movimentações antidemocráticas que buscam, mais uma vez, inviabilizar a candidatura de Sanders – ainda que isso signifique entregar o governo ao lunático Donald Trump por mais 4 anos – são a prova de que o bipartidarismo norte-americano é uma ditadura. Lá, através de manobras virtualmente legais, a escolha do povo é tutelada pelos caciques dos democratas e dos republicanos, ambos direitistas ligados ao regime.
Assim, mesmo um candidato moderado, que não oferece qualquer ameaça às bases do capitalismo, é atacado e inviabilizado sob a pecha de comunista. Deste modo, o imperialismo mantém em seu centro a contradição de ter um dos partidos que boicota seu principal representante, mesmo que isso signifique dar vantagem aos concorrentes.