Em 2016 o presidente golpista da Argentina fechou um acordo com o então presidente norte-americano, Barack Obama, para que fossem entregues documentos do governo dos EUA sobre a Operação Condor. O objetivo desse acordo, como o próprio Obama alegou, era de minimizar o máximo possível a participação dos norte-americanos numa das operação mais sangrentas que o continente já viu, enfatizando que a partir do governo de Jimmy Carter eles teriam se “posicionado contra” os regimes ditatoriais. Uma tremenda mentira.
O documento relata parte do modus operandi da operação. O centro de operação, por exemplo, tinha um horário fixo de funcionamento que era de 9h30 as 19h30, localizava-se na Argentina e reuniu membros dos países envolvidos na operação: Chile, Brasil, Bolívia, Peru, Paraguai, Uruguai e a própria Argentina.
Os militares que deliberavam na reunião votavam a execução dos alvos, uma método ironicamente democrático para uma operação tão fascista, mas isso só comprova o quão organizado e calculista era órgão dirigente. Toda a logística de uma ditadura deve ser medida para que a burguesia mantenha controle da situação – um tanto quanto explosiva – a todo momento.
Para os agentes, estava estabelecido código de vestimenta, quais veículos poderiam utilizar, e caso houvesse contratação de algum assassino de aluguel, o custo que estava estabelecido no orçamento e chegava até US$ 3,5 mil.
Os países envolvidos pagavam US$10 mil como entrada, em seguinte pagavam uma anuidade para custear a operação.
Embora Obama tenha tentado amenizar a participação dos norte-americanos, eles foram os principais idealizadores das ditaduras e das operações sangrentas usadas contra a esquerda, o movimento operário e popular. O envolvimento do FBI e da CIA fica explícito no documento.