A Uepa em 2020 formou 30 médicos pela sua rede publica de educação superior, futuros profissionais da saúde, no estado do Pará. De acordo com a diretora do CCBS, Vera Palácios, “o momento é de dever comprido”. Apenas 30 médicos formados no ano pela Uepa para um estado que contem 8.5 milhões de habitantes é insignificante e representa a falência do sistema educacional brasileiro frente ao descaso do governo nessa pandemia. É necessário que, para o enfrentamento a doença, que as universidades superiores sejam capazes de fornecer ao máximo de estudantes de medicina a educação necessária para se formarem.
Além da questão da educação, a raiz do problema se encontra na barreira elitista imposta pelas notas de corte a entrada de alunos na medicina. Enquanto a quantidade de posições para estudantes de medicina se mantem pequena nas redes de ensino superior publicas, elas se abrem um pouco mais nas redes privadas por um custo altíssimo que também serve de barreira para a maioria da população e que ironicamente mitiga o mito da necessidade da alta instrução para se entrar em medicina.
É de extrema importância que essas barreiras sejam derrubadas e que a categoria de estudantes mais ampla tenha acesso aos cursos de medicina na rede publica. Os cursos de medicina também deviam ser democratizados para lidar com a nova quantidade de estudantes entrando na área medica. Essas medidas aumentariam em grande quantidade o numero de médicos e profissionais da saúde disponíveis para atender a maior parte da população brasileira. 30 novos profissionais da área de saúde no Pará não são o suficiente mais nem de longe para sequer fazer alguma diferença no sistema de saúde sobrecarregado do estado.
A única maneira de se atingir essas necessidades básicas da educação brasileira é através da mobilização dos estudantes. Os estudantes não deveriam esperar por mais promessas de políticos eleitorais de direita, e sim programar e organizar o levante de mobilizações que pressionarão por estas mudanças essenciais para a sobrevivência do povo brasileiro neste momento e futuro.
O antigo argumento contra a abertura dos postos de estudantes de medicina para a população geral, e consequentemente a democratização dos cursos das áreas medicas, é que a falta de instrução, necessária para se conseguir esta posição em primeiro lugar seria muito baixo, o que prejudicaria a qualidade do ensino das instituições publicas. Cuba é um exemplo que demonstra que isto não é uma posição baseada em um argumento racional, pois o pequeno País fez exatamente isso e tem profissionais de qualidade reconhecida até mesmo pelos países imperialistas como a Holanda, Itália que contrataram médicos cubanos para atender a demanda de saúde causada pelo coronavírus.